Just get me home.
Se você não assiste Breaking Bad, alguém na sua timeline assiste. Right? Ninguém passou ileso a um comentário – ou melhor, a alguém arrancando os cabelos – depois do fim na noite de ontem nos Estados Unidos. Preciso dizer que: foi uma das melhores séries ever. Pois é. Então, se você ainda não assistia, te dou bons motivos para assistir junto com os comentários do episódio final.
[Eu não coloco mais spoiler alert no blog, porque bem… é um blog sobre spoilers. Mas quem ainda ainda pretende ver Felina que pare por aqui!]
BB era a história de um professor de química certinho, bom pai e bom marido que se descobre com câncer de pulmão e dá uma surtada legal. Ele abandona e usa seus conhecimentos para se tornar o maior fabricante de metanfetamina da região. Com a ajuda do ex-aluno e viciadinho Jesse, embarca no mundo do tráfico, tentando fazer dinheiro com uma droga pura e perigosa.
Quer dizer, na superfície é isso aí.
O que o criador Vince Gilligan deixou claro no episódio final é que Breaking Bad é sobre muito mais: é a história de um cara sufocado, frustrado, impotente e agressivo que, feito o laboratório lá do primeiro episódio, explode. Que se deixa inebriar pelo poder, que coloca em prática os seus desejos e libera os instintos mais loucos e perversos pelo caminho.
Desde que entrou no negócio, Walt se tornou quem provavelmente sempre teve vontade de ser. A desculpa de “fazer tudo pela família” e conseguir a grana para que eles se sustentassem depois da sua morte, só abriu caminho para todo o tipo de inferno na vida deles. É isso que ele assume para Skyler neste momento aí em cima.
O episódio começa com Walt fazendo uma faxina daquelas nos inimigos: ele visita os Schwartz e coloca os pingos nos Is, finalmente arrumando os milhões para Skyler, Walter Jr. e Holly.(Aliás, quem esperava por essa volta? Dizem que devemos agradecer ao menininho doente que era fã da série e pediu pelo retorno dos personagens ao Vince.) Depois, vai até a gangue Nazi e acaba com todo mundo. Assim, num dá pra competir com Heisenberg, né?
Entre estes dois momentos, há pequenas cenas sensacionais para os fãs de BB que curtem o senso de humor nonsense da série. Quem não se matou de rir quando Walt simplesmente deu de cara com a chave dentro do carro ~roubado~? Hahaha. Depois de toda a ação, sobram Jesse e Walt apenas. É a hora do confronto e da verdade para os dois. Walt ameça o próprio pupilo, que reage e também o coloca em sua mira, mas, num reflexo de esperteza sem precedentes (mals ae, Pinkman!), percebe que Mr. White quer morrer. Jesse então se recusa a atirar e diz a ele que, se quer que seja assim, que faça o serviço ele mesmo.
Então, Walt retorna ao laboratório já ferido na barriga, por causa de toda a confusão e tiroteio. Sua morte é embalada por “Baby Blue”, afinal, o tal cristal da droga – com quem ele tinha seu relacionamento mais próximo – num era azul mesmo?
Para quem esperava um castigo ou uma redenção, o final pode parecer insatisfatório. Para mim, não foi. Walter White cumpriu sua jornada, realizou todo o seu potencial e deu a quem o cercava a paz no meio da insanidade toda de sua operação.
E, agora? Por que amar Breaking Bad? Pela adrenalina, pela honestidade, pelo senso de humor, pelas histórias bem amarradas semenrolation… Por um daqueles finais que faz juz à série toda e nos deixa com saudades dos personagens. Tipo Friends, ER, Fringe e etc.
Porque, no fundo, todos nós torcemos e percebemos Walt como um heroi (embora ele não seja) por alimentarmos um desejo secreto de dar uma pirada, só às vezes.
O que acharam do final?
Um beijo,
Mari
No twitter: @roupasuja