E
m 2015, a Pixar lançava o que seria uma das animações mais queridas do estúdio. Divertida Mente, que levou o Oscar de Melhor Animação, emocionou diferentes gerações ao apresentar uma representação criativa do que acontece quando sentimentos tomam conta de nós. O sucesso absoluto da produção garantiu uma aguardada sequência que chega aos cinemas nesta quinta-feira, 20 de junho.
Em entrevista à CAPRICHO, os dubladores da versão brasileira da narrativa compartilharam como foi retornar para um projeto que teve um impacto tão significativo e que se tornou um marco na cultura pop. “É um filme que realmente mudou vidas. A gente usa até hoje a expressão: ‘Os meus divertidamentes’, né? É muito lindo”, refletiu Miá Mello que dubla a Alegria.
No primeiro longa, Alegria, Nojinho, Medo, Raiva e Tristeza formam o time de emoções de Riley, uma pré-adolescente que lida com uma jornada cheia de conflitos ao se mudar para uma nova cidade. Agora, ao entrar na puberdade, ela recebe novos sentimentos identificáveis para qualquer um. Inveja, Vergonha, Tédio e a temida Ansiedade chegam sem pedir licença e tomam conta da mente da jovem.
Dani Calabresa, que faz a voz de Nojinho, sempre torceu por uma sequência por acreditar no potencial criativo de retratar o que acontece na mente de alguém que está adentrando a adolescência. “Quando estávamos na mesa de controle daquela menininha, na infância, eu pensei: ‘Meu amor, quando ela estiver na adolescência, vamos voltar com tudo!’”, relembrou a atriz entre risos.
Já na marcante voz da Tristeza, Katiuscia Canoro sentiu uma emoção bem diferente ao retornar para a personagem. “Eu fiquei com medo de não lembrar como era minha voz”, brincou a atriz.
Apesar do receio, tudo fluiu naturalmente no momento em que ela entrou no estúdio. “Foi como se ela estivesse o tempo inteiro dentro de mim, como se a personagem tivesse também dominado uma parte de mim, como se eu me reconhecesse naquela tristeza”, acrescentou.
Desta vez, o roteiro da Disney/Pixar traz conceitos mais complexos, como a criação do senso de si, formado por meio de memórias de momentos que foram essenciais para definir a personalidade da protagonista.
Além disso, algumas reflexões abordam pensamentos que estão presentes em várias fases da vida, como imaginar os piores cenários ou sentir um pouco menos de alegria em situações conturbadas em que tudo parece sair dos eixos.
@capricho Olha só quem a CH encontrou na pré-estreia de Divertida Mente 2: a Nojinho! Ops, a @Dani Calabresa ✨
“Eu me identifiquei muito porque sou uma pessoa alegre, feliz e flexível, só que cansa também. Às vezes, você está de saco cheio, mal-humorada e não se permite. Me identifiquei demais e me emocionei muito porque tem um lugar que ser feliz demais é triste também”, disse Miá sobre a trajetória de Riley – que tem a Ansiedade tomando conta de seu painel de controle durante a narrativa, deixando cada vez menos espaço para Alegria.
Defina suas emoções, não deixe que elas definam você
Divertida Mente 2 leva o público em uma jornada que reflete como é preciso sentir diferentes emoções para lidar com cada uma da melhor forma possível. Não dá para ser feliz o tempo todo, mas também não se pode deixar que emoções como ansiedade ou medo sejam a base de quem somos. Um sentimento não deve dominar alguém completamente, afinal, somos feitos de combinações de emoções, memórias e ideias.
“O filme é ótimo em orientar crianças e adolescentes a lidar com as próprias emoções e reconhecê-las, né? É sobre um processo de autoconhecimento lúdico, mas muito eficaz. É sobre saber reconhecer as emoções e lidar com elas”, destacou Leo Jaime, que dá voz a um dos sentimentos mais incompreendidos: a Raiva.
Foi como se ela estivesse o tempo inteiro dentro de mim, como se a personagem tivesse também dominado uma parte de mim, como se eu me reconhecesse naquela tristeza
Katiuscia Canoro, atriz que dubla a 'Tristeza' em Divertida Mente 2
Na mesma linha de pensamento, Otaviano Costa, que dubla o Medo, acrescentou que, na hora do caos, pode ser difícil ter uma perspectiva precisa do que precisa ser feito, mas, quando o momento de calma surge, é possível entender e lidar melhor com determinadas situações.
“Gosto muito quando os sentimentos aterrissam, quando todas as emoções botam o pé no chão e conversam. Depois que tudo passa, chegam as reflexões. Isso gera um reconhecimento da tal maturidade, da evolução das coisas da vida – o que é normal.”
@capricho Momento nostalgia com @OTAVIANO e @Giu Costa 🫶🏻
O importante mesmo é não deixar com que os momentos leves fiquem para trás, seja na adolescência ou na vida adulta. “Faz bem acionar essa Ilha da Bobeira, ter essas alegrias e, ao mesmo tempo, não eliminar a tristeza porque a gente precisa dela, né?”, completou Dani com a ideia de que, sim, todos os sentimentos são necessários.
Divertida Mente 2 está em cartaz nos cinemas brasileiros.