Mila no Multiverso chegou recentemente ao catálogo do Disney+, sendo a primeira série nacional de ficção científica da plataforma. A história foca em Mila, uma garota de 16 anos, que ganha de presente de aniversário um dispositivo que a permite viajar para diferentes realidades – o que será muito útil na hora de procurar por sua mãe desaparecida…
Em entrevista à CH, o elenco – Malu Mader, Laura Luz, Dani Flomin, Yuki Sugimoto, João Victor e Rafaela Mandelli – contaram mais sobre seus personagens e também refletiram sobre a importância da série, que fala muito sobre diversidade, aceitação e amizade. Confira:
CH: Malu, você tem um currículo muito renomado que agora também conta com Mila no Multiverso. O que diria que esse projeto agregou para você no sentido profissional ou até mesmo pessoal?
Malu: Ah, eu acho que… Eu já tinha feito bastante coisa né? Então, é difícil quando você já fez muita coisa. Você imaginar: ‘O que que eu não fiz? O que que eu gostaria de fazer?’. E quando pintou o convite que fui ler, eu falei: ‘Cara, nunca fiz ficção científica’. Acho um momento muito apropriado pra falar de tudo que a gente está falando nessa série porque podia ser uma ficção científica que não me interessasse também, mas achei que foi muito apropriado para o momento pós-pandêmico. Essa sensação de onde podemos ir para inaugurar uma nova sociedade e tal.
Eu brinco que tive interesse em fazer essa série pra poder conquistar esse público jovem. Tenho netos, sobrinhos-netos e eu fico louca pra fazer alguma coisa que eles achem legal. Tinha até uma história engraçada que o meu neto um dia estava aqui com um amiguinho. Aí, quando ele chegou com o amiguinho e falou assim: ‘Essa é minha vó, ela é famosa!’ [risos]. Tipo, teve que avisar né? Então, agora ele já pode falar.
Eu fiz um episódio de Valentins, da minha amiga Cláudia Abreu, fiz uma coisa da Turma da Mônica. Eu adoro ter feito isso porque quando vejo uma criança, falo: ‘Ah, eu sou a professora da Mônica’. Agora eu nem vou precisar mais, no Disney+, uma série de ficção científica, primeira brasileira. Talvez vá pro mundo todo. Estou muito honrada e principalmente por estar falando sobre inclusão, diversidade, protagonismo feminino e de um jeito que não é nada didático. Está ali inserido na trama de um jeito que a gente nem sente.
CH: E isso é uma das coisas que eu percebi, principalmente, no seu personagem, Dani. Ele trata um pouco sobre a ansiedade de um jeito que a gente consegue perceber, mas indiretamente. O que você acha que as pessoas podem aprender com ele sobre saúde mental no geral?
Dani: Essa pergunta é muito importante mesmo, porque fazer o Pierre trouxe exatamente esse desafio. Dele ter as suas particularidades, as suas características únicas. O que eu acho que a gente pode realmente falar que o Pierre tem a ensinar pra quem tiver assistindo e pode se identificar é o jeitinho dele. E nisso a Mila é uma grande responsável, ela ajuda muito ele a entender que está tudo bem ser diferente do que é o padrão. E quando o Pierre começa a se aceitar dessa forma e começa a ver que os outros também aceitam ele, acho que ele ganha muita coragem pra ajudar na missão aí pelo multiverso. Quando você entende que você tem um potencial único, as portas do mundo estão abertas pra você. Então, eu espero poder inspirar as pessoas com isso.
CH: Laura, a Mila é uma protagonista muito inteligente, independente e carismática Como foi a sua reação ao conhecê-la lendo o roteiro?
Laura: Eu fiquei apaixonada. A gente conseguiu construir uma personalidade que fosse mútua. Tanto fofa quanto forte. Então, foi muito gratificante ver que a gente conseguiu, né? Foi desafiador essa via de mão dupla de ser fofa, mas não ser tão fofa pra não ficar uma coisa muito melosa. E ser forte, mas ao mesmo tempo não ser bruta. Eu vi bastante Beyoncé enquanto eu estava no processo e foi muito bom. Me apaixonei de primeira assim como todos os personagens são muito bem escritos e construídos.
CH: Yuki, a sua personagem é bem diferente de um universo para o outro. Como foi para você interpretar dois papéis ao mesmo tempo?
Yuki: Foi bem desafiador para falar a verdade. Entender essas nuances que ela tem sem perder a essência da personagem foi um trabalho muito interessante. Um desafio para mim. Durante a temporada toda com a Mila e a Juliana do 2º universo, a do instituto, elas vão construindo a relação delas. Então, a gente tinha que tomar muito cuidado quando ela já estavam bem ali amiguinhas pra não virar a Juliana 1. Não importa se ela é amiga da Mila ou não, ela vai continuar tendo a personalidade dela, mas com a mesma essência de todas as Julianas de todos os universos.
CH: E João, o pessoal vai começar a conhecer o Vinícius. O que você quer que eles percebam sobre ele?
João: Quero muito que o público perceba que o Vinicius ele é quem ele é. Sem ter medo do que estão vendo, do que vão falar e se gostam ou não gostam, sabe? Ele é um personagem necessário porque ele é um jovem gay que não tem medo de dizer que é gay, que tem a paixão deles, tem a decisão dele, se joga pro mundo. Uma coisa que a gente tentou fazer na construção foi de tentar fugir um pouco do estereótipo. Vou construir o Vinícius sendo gay tendo a essência dele. Quero que ele seja um garoto como milhões de outros garotos que existem aí.
Acho que o Vinícius vai encorajar muita gente que vai assistir a se descobrir, a aceitar quem é a pessoa de verdade. Eu acredito que o Vinícius é um personagem que vai mostrar muito pro mundo e vai abrir muito a cabeça de muita gente. porque é a Disney e a Disney ensina muito, as crianças aprendem. Eu quando criança aprendi com a Disney diversas coisas.
CH: E, Rafa, agora um pouquinho sobre a Verônica. Ela é bem misteriosa em alguns momentos, me dá até um ar de vilã… Sem spoilers! Hahaha. O que podemos esperar dela?
Rafa: Na leitura da Verônica não ficou realmente claro pra mim se ela era uma vilã ou não. Ao longo do processo, a gente consegue entender um pouquinho melhor. Não dando spoiler, mas o que dá mais ou menos pra dizer é que uma pessoa não é uma coisa só o tempo inteiro. Então, a gente tem nuances legais pra serem vistas aí e ter trabalhado com essa galerinha aí não tem preço.
CH: A série é repleta de efeitos especiais. Como é que foi gravar essas cenas tendo que imaginar um universo inteiro que seria criado depois?
Yuki: Desafio. Muito.
João: No começo foi um super desafio, mas já era visto que a gente teria os efeitos, né? E a gente teve uma incrível preparado de elenco e as nossas diretoras que super trabalharam isso com a gente – principalmente do quarteto: eu, Laura, Dani e Yuki. Nós estávamos no nosso primeiro trabalho. Então, pegar como trabalho a primeira série de ficção do Disney+ e com efeito especial… Teve um trabalho incrível que a Marina fez com a gente, incrível mesmo. Foi um trabalho realmente bem importante pra gente, mas bem desafiador
Yuki: E elas estavam sempre no set. ‘Lembra do fogo, não sei o quê’! [risos]. As duas diretoras são incríveis. Elas foram incríveis no set com a gente.
E aí, quem aí já assistiu Mila no Multiverso?
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