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Ludmilla sobre ataques racistas: “Vai ter preta em posição de destaque”

"Continuarei usando a minha voz para denunciar, para cobrar justiça, para seguir de cabeça erguida", desabafou a cantora

Por Amábile Reis Atualizado em 18 jun 2020, 20h20 - Publicado em 18 jun 2020, 11h51
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CAPRICHO/Divulgação

Nesta semana, Ludmilla está sendo alvo de ataques racistas nas redes sociais após expor o seu lado da história sobre a briga com Anitta. As duas se desentenderam em 2019, por conta do hit Onda Diferente. Anitta aparecia como uma das autoras da canção, embora só Lud e Snoop Dogg tenham escrito a música.

Apesar de o conflito não ser de hoje, o estopim que fez com que Ludmilla quebrasse o silêncio foi uma sátira feita no programa Anitta Dentro Da Casinha. A apresentadora dizia ser acusada de imitar a colega de profissão ao ficar com mulheres. Na ocasião, Lud chegou a se posicionar e questionou qual o motivo a artista tinha para mencioná-la de novo. A intérprete de Verdinha ainda publicou um vídeo no Instagram repleto de áudios e prints para revelar algumas mentiras ditas por Anitta.

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Os fãs, então, saíram em defesa da cantora e um grupo de internautas usou injúrias raciais para atacar Lud. Ao se deparar com isso, Anitta considerou a atitude “abominável e inadmissível” e avisou que essas pessoas responderiam na Justiça pelos seus atos.

Instagram/Reprodução

Diante disso, várias páginas prestaram apoio e solidariedade a Ludmilla. Em um post do perfil Potências Negras no Instagram sobre o assunto, ela comentou: “A gente não vai se calar e não vai abaixar a cabeça. Tenho orgulho e consciência do lugar que ocupo. Quando falo, não é só por mim, mas por todos nós, que sofremos diariamente com o racismo. Além de continuar denunciando, vou continuar fazendo meu trabalho como venho fazendo. Porque, aceitem, vai ter preta em posição de destaque sim!

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Ludmilla Oliveira da Silva, 25 anos⁣⁣ ⁣⁣ Cantora negra mais seguida no Brasil e sétima mais seguida no mundo, com mais de 22 milhões de seguidores no Instagram⁣⁣ Diva do pop nacional⁣⁣ Premiada mundialmente⁣⁣ Emplacou 14 singles no top 100 da Billboard⁣⁣ ⁣⁣ Lud começou sua carreira musical atendendo pelo nome de Mc Beyoncé. E não a toa se transformou nesse fenômeno pop brasileiro, muito bem inspirado na grande diva Bey. Quando Ludmilla lança uma música, sua legião de fãs já tem certeza que será mais uma “música-chiclete”, pois essa mulher, além de extremamente talentosa, possui uma inquietação que faz com que o sucesso seja seu maior sobrenome.⁣⁣ Apesar de todas as credenciais, essa mulher preta de excelência ainda é alvo de um racismo cruel.⁣⁣ Um racismo que faz de tudo para desmoralizar pessoas pretas em posições de destaque. ⁣⁣ Mas, Ludmilla, saiba que o povo preto está com você.⁣⁣ Você é um orgulho para nós.⁣⁣ E elas que lutem.⁣⁣ ⁣ ⁣Arte 1: @rolmagalhaes⁣ Arte 2: @diariodacamila ⁣ #potenciasnegras #ludmilla #mulherpreta #mulhernegra #tamojunto #aquilombamento

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Brunna Gonçalves, esposa da artista, também deixou um recado aos haters. “Aprendam de uma vez por todas que cor da pele não define caráter de ninguém, mas que atitudes racistas mostram bem a falta de caráter de alguns”, disse.

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Só de sermos mulheres, já somos excluídas e descriminadas. Imagina sendo uma mulher, PRETA e GAY? Fiz questão de escrever estas palavras em caixa alta para vocês perceberem que não há vergonha alguma nisso. Eu tenho muito orgulho dessa mulher preta, a minha mulher! Que hoje está mais uma vez sofrendo inúmeros ataques racistas aqui na internet por pessoas sem caráter. Vocês não imaginam a força, a garra e determinação que ela tem! E o quanto como mulher preta ela inspira não somente aos fãs, mas a nossa família também! Aprendam de uma vez por todas que cor da pele não define caráter de ninguém, mas que atitudes racistas mostram bem a falta de caráter de alguns. RACISMO AQUI, NÃO! @ludmilla você é vida!🖤✊🏽

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Ludmilla, então, fez um desabafo emocionante no Instagram. Segundo ela, essa “não vai ser a primeira e, infelizmente, nem a última vez” que terá que lidar com racismo. Mas que isso não fará com que ela se esconda – e avisou que continuará denunciando e buscando justiça para os culpados.

“Para cada ofensa racista eu encontro pelo caminho pessoas incríveis e que me inspiram nessa nossa luta. E é por isso que eu continuarei usando a minha voz para denunciar, para cobrar justiça, para seguir adiante e de cabeça erguida. Há muito a ser transformado e estou cada dia mais atenta para aprender, cobrar e agir para que todas essas mudanças aconteçam”, afirmou.

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Não vai ser a primeira e, infelizmente, nem a última vez que terei que lidar com comentários racistas e respondê-los. E para quem insiste em me atacar desta forma, só tenho uma coisa a dizer: não vou me esconder. Continuarei falando e denunciando, buscando justiça para os culpados. Tenho plena consciência do lugar que ocupo e do alcance da minha voz. E, justamente por isso, aprendo cada dia mais e não me calarei, seja sobre o racismo que acontece comigo seja sobre aquele que vejo dia a dia com os meus. Já ficou bem claro que não basta não ser racista, é preciso ser antirracista. Você ouve nossa música, mas e no dia a dia, onde estão seus amigos pretos? Com quantos pretos você convive? Como você contribui para mudar esse sistema – porque, sim, o racismo é estrutural. Nosso sistema foi construído em cima dele. E não, só postar quando convém não é o que vai mudar de fato nossa sociedade. Se você se cala diante da injustiça, você também está compactuando com ela. Para cada ofensa racista, eu encontro pelo caminho pessoas incríveis e que me inspiram nessa nossa luta. E é por isso que eu continuarei usando a minha voz para denunciar, para cobrar justiça, para seguir adiante e de cabeça erguida. Há muito a ser transformado e estou cada dia mais atenta para aprender, cobrar e agir para que todas essas mudanças aconteçam. – @linocasouza

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O portal da Safernet possui um material ótimo para que a gente conheça melhor a lei para crime de racismo no Brasil. Para saber mais, clique aqui.

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