O novo álbum de Brvnks falará sobre todos os sentimentos, menos amor
Morri de Raiva será lançado nesta sexta-feira. Vem conferir o que a cantora revelou sobre o álbum!
Bruna Guimarães, conhecida como Brvnks, está vivendo um ano importantíssimo para sua vida. Foi em 2019 que cantora cantou pela primeira vez no Lollapalooza, momento que ela considera o mais marcante em sua carreira até agora, e é o ano em que ela lançará seu novo álbum: Morri De Raiva. O disco seguirá o estilo da banda, o qual Bruna define como um ~rock bonzinho~ e contará com algumas faixas antigas. A grande diferença é que dessa vez ela decidiu que o amor não seria um dos temas de suas novas músicas.
A CAPRICHO conversou com ela sobre como o disco vai soar e ainda discutiu sobre como se tornou cantora, suas principais inspirações e o preconceito que já sofreu por ser uma mulher em uma banda. Vem conferir!
CH: Quando você decidiu que você seria cantora e se você sempre soube que seria?
BRVNKS: Eu nunca decidi por mim, eu não sabia que cantava. Comecei a tocar violão aos onze anos e sempre gostei de música, mas não me via fazendo algo relacionado. Tudo começou como uma brincadeira, era só eu sozinha cantando no meu quarto e escondida, esperava até a minha mãe sair de casa. Quem me deu coragem foi o Edimar, nosso baterista e produtor, que insistiu no assunto.
CH: Como foi a experiência de se apresentar no Lollapalooza 2019?
BRVNKS: Foi muito bom! Fiquei bem chocada com o convite, porque mesmo com a proporção que estamos ganhando eu pensei que fosse demorar um pouco mais. Eu tinha na minha cabeça que talvez pudesse acontecer, mas nos chamaram em cima da hora, já tinha perdido todas as esperanças para esse ano. Foi um susto bom! Achei que não ia ter ninguém, mas estava cheio e tinha muita gente cantando. Teve gente até que chorou, eu chorei também.
CH: Quais são suas principais inspirações musicais?
BRVNKS: É muito raro escrever algo inspirado em alguém que eu gosto de ouvir. No começo foi a Cat Power, mas quando eu comecei a escrever, tinha uma ideia completamente diferente do que acabou saindo. Eu me inspirava, no The OC, Oasis e The Waves, algo que fosse mais sujo. Acho que as pessoas nos comparam com Best Coast, Always e Frankie Cosmos, algo mais bonitinho do que sujo.
CH: O que podemos esperar do novo álbum? Como ele vai soar?
BRVNKS: O álbum terá músicas antigas, daquelas do começo e que tocamos em shows, mas mudei a letra de algumas, fiz umas bagunças. É mais maduro, quando fiz meu EP eu era muito novinha, não entendia muito de produção, então ficou diferente do que eu queria. Nesse disco os assuntos serão diferentes, não escrevi nenhuma música sobre amor, mas de outros sentimentos. Como sou uma pessoa muito irritada e brava, o disco se chama Morri De Raiva e tem várias faixas sobre ódio, frustração, preguiça e coisas que eu passo sendo mulher e tocando em banda.
CH: Como é o processo para escrever uma música?
Sempre fico meses sem escrever nada, mas às vezes dá um estalo e eu tenho uma ideia. Isso aconteceu semana passada quando ouvi meu amigo tocando uma melodia nos stories. Na hora eu fiquei muito tocada, peguei o violão e escrevi duas músicas. Faço a melodia primeiro, depois penso em um tema e escrevo a letra. Sempre peço a opinião do Edimar e os meninos tentam colocar algumas coisas, mas eu sou difícil de deixar, sou muito chata.
CH: Por que as músicas são só em inglês?
BRVNKS: Acho que é um começo melhor, acho que combina melhor com o nosso som. Eu ainda não decidi como vou soar em português, isso é um plano também, começar a fazer algumas músicas assim. Minhas letras são muito pessoas e literais, gosto que soe um pouco bobo, e talvez em português não fique bom se for tão literal.
CH: Qual é a música mais importante para você?
BRVNKS: A do Fred é a mais importante. Todas são histórias minhas, nunca crio um personagem. Acho que uma música que vai estar no disco novo, chamada I Got My Own Band, é a primeira música que eu fiz em um sentido mais feminista. Isso porque passei por situações muito chatas sendo mulher em banda, com caras que me trataram diferente, perguntaram se eu era namorada de alguém ali. Fiquei com muita raiva e escrevi a música.
CH: Como você sofreu preconceito sendo uma mulher em uma banda de rock?
BRVNKS: Já aconteceu das pessoas acharem que eu estou tocando porque eu sou bonitinha ou que não tenho meu mérito. São várias situações, como não te darem pulseira para um festival. Você precisa se provar dez vezes mais do que um cara e recebe críticas mais severas. Temos que incentivar as meninas a ter banda, aprender a tocar e a se impor, porque aceitamos as coisas muito caladas. E se não somos caladas ficamos com a fama de bravas e estouradas. Precisamos ter a liberdade de dizer que somos estouradas.
CH: O que podemos esperar das produções futuras?
BRVNKS: Ouço Frank Ocean e Tyler, The Creator. Mesmo que não seja nosso tipo de música, têm muita referência a melodias e composições diferentes. Pode ser que nossas próximas produções sigam nessa linha, com menos guitarra e outros elementos.
Fada sensata, né? Morri De Raiva estreia nessa sexta-feira!