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Por que discurso de Tatá Werneck sobre “mulheres malucas” foi importante?

A apresentadora emocionou o público com seu discurso após receber o prêmio Faz a Diferença na categoria TV

Por Gabriela Zocchi Atualizado em 29 mar 2019, 15h01 - Publicado em 29 mar 2019, 14h55

Tatá Werneck é uma musa inspiradora, né? Na última quarta-feira (27), a apresentadora recebeu o prêmio Faz a Diferença, organizado pelo jornal O Globo, na categoria TV, e acabou fazendo um discurso cheio de humor, mas também muito poderoso, que foi bastante compartilhado nas redes sociais.

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Tatá Werneck na coletiva de Deus Salve o Rei João Cotta/Globo

“Não sabia se eu conseguiria vir hoje, porque além de estar grávida, eu também estou com uma coisa meio ruim, hiperêmese gravídica, que faz você passar mal o dia inteiro. Eu fiquei triste, mas descobri que a princesa Kate também teve isso, aí eu fiquei muito feliz. É uma doença muito chique e a gente realmente é muito parecida”, brincou a comediante no começo.

Zoeiras à parte, Tatá agradeceu o prêmio e relembrou que, por muito tempo, era considerada por muitos como uma “mulher maluca”, por ser engraçada e ter esse jeito meio espevitado. “Eu fiquei pensando por que eu mereço ganhar um prêmio de quem fez diferença na TV, e pensei que na verdade a TV que fez toda a diferença na minha vida, a TV e o teatro, porque antes eu era tida apenas como uma mulher maluca. Os homens eram engraçados e as mulheres malucas“, disse ela.

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“Eu lembro que o frei de uma escola [onde estudei] fez a lista dos alunos mais bagunceiros, e eram nove caras e eu, e só eu fui expulsa. Eu perguntei [o motivo], e ele falou: ‘Porque você é a única mulher, e você não tem jeito de mulher’. E eu falei: ‘Você também não tem jeito de frei’. Eu fui expulsa da escola e acho que até da igreja também, tenho que verificar”, continuou Tatá.

Ela então disse que o que mudou ao longo dos anos não foi ela, mas sim o olhar que as pessoas têm sobre ela e sobre as mulheres no geral. “O olhar generoso de vocês mudou a minha história. Eu queria muito dedicar esse prêmio para todas as mulheres consideradas malucas que ainda não receberam seus prêmios“, disse.

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Tatá ainda fez uma reflexão sobre nunca aceitar mudar quem era pelos outros. “Eu sempre acreditei que se não mudasse as minhas convicções, em algum momento o mundo daria uma volta e iria me encontrar, e acho que esse prêmio pra mim é um interseção, é esse momento de encontro onde eu me sinto pertencente a algum lugar”, completou.

Maravilhosa, né? Embora não precisasse provar nada a ninguém, Tatá nos mostrou, com seu discurso, que existem mulheres de todos os tipos, e elas podem, sim, ser engraçadas, profissionais, inspiradoras e empoderadas ao mesmo tempo. Afinal de contas, ninguém deveria mudar para se encaixar nos padrões que outras pessoas classificam como os ideias, não é mesmo?

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