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“Quiet on Set”: Entenda os casos de assédio nos bastidores da Nickelondeon

Nas últimas semanas o documentário "Quiet on Set: The Dark Side Of Kids TV" tem revelado escândalos envolvendo os produtores de séries infanto-juvenis

Por Arthur Ferreira Atualizado em 31 mar 2024, 12h28 - Publicado em 30 mar 2024, 10h00

Um dos assuntos mais repercutidos nas redes sociais nas últimas semanas é o documentário Quiet on Set: The Dark Side Of Kids TV, que foi lançado recentemente nos Estados Unidos. Em episódios semanais, a série aborda relatos de atores e pais que estiveram envolvidos em casos de assédios e agressões sexuais durante as gravações de séries infanto-juvenis da Nickelodeon.

Para que você entenda tudo o que está sendo discutidos sobre os relatos que estão indo ao ar, a CAPRICHO trouxe um resumo do que tem repercutido até agora. Antes, é válido lembrar que na última quinta-feira (28), a plataforma de streaming Max anunciou a data de estreia do documentário no Brasil. Com o título O Lado Sombrio da TV Infantil, a produção chega ao catálogo nacional no dia 16 de abril.

As acusações de Dan Schneider

O comportamento abusivo nos bastidores do canal já não é novidade. Em 2018, o produtor Dan Schneider, responsável por criar grandes sucesso como iCarly, Drake & Josh, Brilhante Victória, Sam & Cat, Zoey 101 e O Show de Amanda, foi afastado do canal após uma investigação interna sobre seu comportamento – apontado como abusivo.

No documentário, o nome de Dan Schneider é um dos mais citados. Integrantes de elenco e roteiristas acusam o produtor de criar ambientes hostis nos sets de gravação, humilhando mulheres que trabalhavam na produção do elenco e escrevendo cenas com teor sexual para atores menores de idade.

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Na primeira temporada de O Show de Amanda, Jenny Kilgen e Christy Stratton eram as únicas mulheres na sala de roteiro e as escritoras compartilharam como o comportamento de Schneider era extremamente inadequado. De acordo com o relato da dupla, era comum ouvir comentários ofensivos e misóginos do diretor.

Outro ponto levantado pelas roteiristas envolvia o salário que recebiam pela série. As profissionais afirmaram que receberam ordens de dividir seus pagamentos com outro escritor e que Schneider as ameaçou quando relataram o acontecido para Associação de Escritores da América (WAG).

Representantes de Schneider negaram que tal situação tenha ocorrido mas se desculparam pelas ações inapropriadas do criador da série.

“Dan não estava envolvido nos salários dos roteiristas. Eles eram controlados pela rede e também pela WGA, e não por Dan, mesmo nos programas que ele criou. No entanto, infelizmente, as salas dos escritores eram muitas vezes lugares ruins, especialmente há mais de 20 anos. Dan sente muito por seu comportamento – que contribuiu para aquele ambiente e ele cresceu muito desde então. Esse comportamento é claramente errado e não é adequado ao local de trabalho, e certamente ele nunca mais agiria dessa forma.”

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Acusações de pedofilia também ocorreram nos bastidores da série. Pais de atores que faziam parte do elenco da produção afirmaram que não eram permitidos no set e que os filhos eram levados para área de filmagens por Jason Handy, um assistente de produção que foi preso em 2003. Após uma denúncia anônima, uma operação policial ocorreu na casa de Handy. Na ação, foram encontrados conteúdos pornográficos e mais de 10 mil fotos de crianças.

Drake Bell expõe seu abusador: Brian Peck

Drake Bell, que protagonizou a série Drake & Josh por anos, foi uma das principais vozes do documentário. O ator revelou que foi abusado sexualmente aos 15 anos por seu ex-treinador de diálogos, Brian Peck. De acordo com Drake, a aproximação de Peck aconteceu após ele ter se emancipado e seus pais deixarem a administração de sua carreira. Na época, Brian o levava para dormir em sua casa constantemente.

“Eu estava dormindo no sofá onde normalmente dormia e acordei com ele – abri os olhos, acordei e ele estava… Ele estava me agredindo sexualmente”, relatou Bell sobre o primeiro caso de abuso. “E eu congelei e fiquei em choque total. Não tinha ideia do que fazer ou como reagir. E eu não tinha ideia de como sair daquela situação. O que eu vou fazer, ligar para minha mãe e dizer: ‘Ei, isso acabou de acontecer, você pode vir me buscar? Vou ficar sentado aqui e esperar. Eu não tinha carro, não dirigia. Eu tinha 15 anos nessa época”, recordou.

Drake explicou que os abusos continuaram até ele ficar cada vez mais tempo na casa de sua namorada. Foi nesse período que sua sogra passou a notar que algo estava acontecendo e o ator teve uma conversa em que revelou toda situação para sua mãe. Um processo de investigação anônimo foi aberto e Peck foi condenado em 2004 sem contestar a acusação – mesmo sem saber a identidade da vítima.

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“Agora que Drake Bell revelou sua identidade como demandante no caso de 2004, estamos consternados e tristes ao saber do trauma que ele sofreu, e elogiamos e apoiamos a força necessária para avançar”, afirmou a Nickelodeon em comunicado à imprensa.

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