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Selena Gomez doa salário de filme dirigido por Woody Allen

A decisão da atriz segue a de outros membros do elenco de A Rainy Day in New York, após denúncias da filha do diretor de que ele a teria abusado na infância

Por Gabriela Zocchi Atualizado em 17 jan 2018, 13h31 - Publicado em 17 jan 2018, 13h29
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Divulgação/CAPRICHO

O movimento Time’s Up parece estar fazendo efeito na indústria do cinema. Nesta quarta-feira (17), Selena Gomez decidiu fazer uma doação generosa ao grupo, que luta contra o assédio sexual no ambiente de trabalho, meses depois de gravar o longa A Rainy Day in New York com Woody Allen, no ano passado.

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Selena Gomez doou mais do que o cachê que ganhou após trabalhar com Woody Allen Jeff Spicer e Dimitrios Kambouris/Getty Images

O diretor, responsável por clássicos como Vicky Christina Barcelona, Match Point e Meia Noite em Paris, é acusado de ter molestado sua filha, Dylan Farrow, quando ela era criança. Ele também é bastante criticado por ter se casado, em 1997, com sua outra filha adotiva, Soon-Yi, com quem está até hoje.

De acordo com uma fonte da People, Selena “fez uma doação significante anonimamente, que excede de longe o salário que ela recebeu pelo filme”, ao Time’s Up. Sua mãe, Mandy Teefey, disse em entrevista que não aprovou o trabalho da filha com o diretor, mas que Sel ” toma suas próprias decisões, não importa o quanto você tenta aconselhar”. A decisão da atriz de doar o cachê segue a de outros membros do elenco, que fizeram o mesmo nesta semana.

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Os atores Timothée Chalamet e Rebecca Hall, de A Rainy Day in New York, também doaram seus salários ao Time’s Up Matt Winkelmeyer e Nicholas Hunt/Getty Images

O ator Timothée Chalamet, qua atua ao lado de Selena em A Rainy Day in New York e recebeu indicações de Melhor Ator nos principais prêmios do cinema este ano por sua atuação em Me Chame Pelo Seu Nome, explicou porque decidiu doar todo seu salário do filme no Instagram, nesta segunda-feira (16).

Este ano mudou a forma como eu vejo e me sinto sobre várias coisas (…) Eu tenho escolhido projetos pela perspectiva de um jovem ator que quer seguir os passos de atores mais experientes que admiro. Mas estou aprendendo que um bom papel não é o único critério para aceitar um trabalho — isso se tornou muito claro pra mim ao presenciar o nascimento de um movimento poderoso que visa acabar com a injustiça, desigualdade, e acima tudo, com o silêncio. Em entrevistas recentes, tenho sido perguntado sobre minha decisão em trabalhar com Woody Allen no último verão. Não posso responder essa pergunta diretamente por questões contratuais. Mas posso dizer isso: não quero lucrar com o meu trabalho no filme, então vou doar meu cachê inteiro a três instituições (Time’s Up, The LGBT Center e RAINN). Eu quero ser digno de estar ao lado dos corajosos artistas que estão lutando para que todas as pessoas sejam tratadas com o respeito e a dignidade que merecem”, escreveu.

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Antes dele, sua colega de elenco, Rebecca Hall, também já havia doado seu cachê à instituição depois que as acusações de Dylan Farrow, a filha de Allen, a fizeram repensar sobre seu emprego. “Ele me deu um dos meus primeiros papéis significantes no cinema, pelo qual sempre fui grata, e ainda era na minha cidade – fácil”, escreveu, se referindo à primeira vez que trabalhou com o diretor, em Vicky Christina Barcelona. “Eu percebi, contudo, que nada é fácil nessa história. Nas últimas semanas, pensei muito a respeito disso e fiquei confusa e triste”, completou a atriz.

https://www.instagram.com/p/Bd3ZjWeghV9/?taken-by=rebeccahall

O Time’s Up foi formado por várias mulheres do universo do cinema e é um fundo de defesa legal que visa dar suporte às mulheres que lidam com assédio sexual no ambiente de trabalho, seja ele qual for. Ele surgiu após várias atrizes decidirem denunciar Harvey Weinstein, um dos produtores mais poderosos de Hollywood, de casos de assédio e até mesmo estupro. O movimento ganhou destaque após o Globo de Ouro, quando todas as atrizes decidiram aparecer de roupas pretas para chamar atenção para o problema.

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