Em um ano marcado pela luta das mulheres contra o assédio sexual e igualdade, Star Wars: Os Últimos Jedi encerra 2017 e se encaixa perfeitamente em um dos slogans mais reproduzidos dos últimos tempos: “the future is female” (“o futuro é feminino”), criado em 1975, dois anos antes do lançamento do primeiro filme da franquia de George Lucas, para a Labyris Books, primeira livraria para mulheres em Nova York.
Se em O Despertar da força (2016) fomos apresentados à Rey (Daisy Ridley) e Capitã Phasma (Gwendoline Christie), em Os Últimos Jedi conhecemos outras mulheres fortes que certamente irão ditar os rumos da saga, que chega a seu oitavo longa.
As primeiras cenas do novo filme já deixam claro o tamanho da força (sem trocadilhos) das mulheres nessa nova geração Star Wars, com a general Leia (Carrie Fisher) na liderança das tropas sobreviventes da Resistência contra a Primeira Ordem, que está com uma vantagem numérica absurda.
Paige (Veronica Ngo) é uma piloto da Resistência, aparece bem rápido e prova sua coragem nas primeiras das muitas cenas de batalha de Os Últimos Jedi. É quase uma ponta, mas serve como motivação para sua irmã, Rose Tico, uma mecânica e nova parceira de Finn (John Boyega), enquanto Rey vai em busca de Luke Skywalker (Mark Hamill) no isolado planeta Ahch-To, para entender e dominar seus poderes com a Força. Rose é interpretada pela filha de imigrantes vietnamitas Kelly Marie Tran. Ou seja, agora as garotas asiáticas possuem representatividade dentro de uma das maiores franquias do cinema.
A vice-almirante Holdo (Laura Dern) protagoniza ótimas cenas ao lado do teimoso piloto Poe Dameron (Oscar Isaac), que o tempo todo coloca em cheque as decisões dela, que assume por um momento o lugar de líder da Resistência. Aqui fica clara a intenção (ou não) de Rian Johnson (diretor e roteirista) em mostrar um caso clássico de manterrupting, quando um homem interrompe uma mulher.
A trama
Com mulheres tão poderosas na liderança, Star Wars: Os Últimos Jedi praticamente começa de onde seu antecessor terminou, com muitas batalhas espaciais épicas (nem deu pra sentir as 2h32 de duração) e mantém os conflitos internos de Rey e Ben Solo/Kylo Ren (Adam Driver), a luta para definir qual caminho seguir: a luz ou o lado negro da Força.
Um spoiler: o passado de suas famílias continuará os atormentando, principalmente Ben/Kylo, filho de Han Solo (Harrison Ford) e Leia, neto de Darth Vader (algo que Snoke, Líder Supremo da Primeira Ordem, faz questão de lembrar), e sobrinho do último Jedi Luke Skywalker (as cenas dos dois juntos arrancaram aplausos durante a exibição do filme para jornalistas).
Os Últimos Jedi também nos apresenta a novas criaturinhas fofas, você vai sair do cinema ainda mais apaixonada pelo BB-8 e querendo muito um porg de pelúcia pra chamar de seu. Sem contar a bela homenagem à Carrie Fisher, que morreu em dezembro de 2016, nos créditos finais.
Pra quem tinha medo de uma repetição, o oitavo filme da franquia renova de forma impecável a história que completou 40 anos em 2017, mirando no futuro… que agora é feminino!