É impossível não se encantar com Talita Younan. Se no ar, em Malhação, a jovem apronta (e muito) com a sua vilã K1, fora da TV, a atriz, que deixou para trás Presidente Prudente, no interior de São Paulo, para ganhar o mundo, é bem diferente. Risonha, conquista a todos com o seu jeito simples de ser, de gente como a gente.
CH: A K1 tem feito o maior sucesso em Malhação. O público gosta de vilãs?
TALITA YOUNAN: Eu sinto que o nosso público tem um caso de amor e ódio com a K1. Quando ela apronta muito, eles me mandam mensagens dando broncas e julgando o comportamento dela. Mas quando está mais sossegada, eles a amam. Estou muito feliz com a repercussão do trabalho na internet. E, particularmente, eu amo as vilãs! (risos)
CH: K1 é uma legítima vilã ou dá para sair em defesa da personagem?
TALITA: Ela é uma adolescente com muitos problemas. Ela pode ser uma vilã em alguns momentos, mas em outros nem tanto. A K1 faz muitas coisas erradas, como, por exemplo, praticar o bullying e vender remédio sem receita. Isso não dá para defender. No entanto, ela tem o lado engraçado e é muito amiga. Isso não se questiona.
CH: Há alguns meses, a K1 deu um selinho na Lica em uma festa e o público vibrou com a cena. Você esperava toda essa repercussão?
TALITA: Juro que não esperava! Sabia que seria importante para o nosso público jovem mas não imaginava essa repercussão toda. Tenho a certeza que se tornou uma das cenas mais importantes da minha carreira. Nós temos que falar de amor – independente do sexo, das escolhas – e de respeito. Eu defendo muito a cultura LGBT porque as pessoas devem buscar a felicidade, sem se importarem com os rótulos impostos pela sociedade. O que importa é estar bem consigo.
CH: Existe algo de semelhante entre a Talita e a K1?
TALITA: A determinação, mas eu não passo por cima de qualquer coisa para conseguir o que quero, diferente dela. Sou muito cara de pau e a personagem também é. Sempre corri atrás das minhas coisas e, se tiver que pedir algo de trabalho, eu peço e não tenho vergonha. A diferença é todo o resto. (risos)
CH: Foi difícil sair de Presidente Prudente para ganhar o mundo e correr atrás dos seus sonhos?
TALITA: Não foi fácil, mas eu faria tudo de novo. Morro de saudade da minha família, falo com a minha mãe cinco vezes por dia. Eu sinto muita saudade de todos. Aqui no Rio, sou eu, meu namorado (Antônio Saboia) e mais ninguém. Meu ciclo de amizade é pequeno e sofri muito no começo.
CH: É difícil cuidar da própria vida?
TALITA: Muito! Eu fico aqui no Projac o dia inteiro e ainda tenho que chegar em casa e passar roupa, cozinhar, limpar a casa… Não é fácil. Mas tenho a certeza que fiz a escolha certa. Estou muito feliz, não tenho do que reclamar.