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Motivos para celebrar (e problematizar) o reality Ultimato Queer

Reality show está dando o que falar entre pessoas LGBTQIAP+, mas há pontos que merecem ser criticados e até problematizados

Por NAIARA ALBUQUERQUE Atualizado em 24 jun 2023, 20h07 - Publicado em 24 jun 2023, 18h20

O reality show ”O Ultimato – Queer Love” chegou à Netflix e vem despertando sentimentos mistos na comunidade LGBTQIAP+. A série foca em cinco casais que participam do programa para descobrir se vão realmente se casar ou se vão deixar o reality show para traçar caminhos separados.

Nesta edição do programa, participaram apenas casais de pessoas que se identificam como mulheres e pessoas não-binárias, mas há uma outra edição em que participam apenas casais heterossexuais.

 

Antes de entendermos os pontos positivos e negativos que tornaram ‘O Ultimato’ uma série tão popular entre a população LGBTQIAP+, é preciso entender exatamente como o reality funciona. Estão prontas e prontos? Na edição queer, assim que os casais chegam ao programa, eles foram recebidos pela apresentadora JoAnna Garcia Swisher. Ela explica que os casais terão dois meses para descobrirem se querem realmente se casar ou se terminam de vez.

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Em cada casal existe uma pessoa que leva um ultimato – uma última chance para decidir se realmente quer se casar ou não.

A primeira dinâmica colocada para os casais é a de ter encontros entre as outras pessoas dos casais. Neste momento, todos os casais ‘terminam’ o relacionamento para focarem na etapa proposta do programa. A ideia é que elas escolham uma pessoa, dentre os demais casais, que sentiram alguma conexão, para testar um casamento ‘fake’. É confuso, né? Tudo isso para colocar a prova o sentimento e o comprometimento entre os participantes.

Passadas três semanas nesse casamento ‘fake’, as pessoas retornam ao programa para testarem, agora, um casamento com a pessoa que vieram ao programa. Só depois dessa dinâmica ser colocada em prática é que elas decidem se vão ou não se casar.

Os casais que chegaram ao programa nesta edição foram os seguintes:

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A importância da série para a comunidade LGBTQIAP+

São inúmeros os exemplos de realitiess de relacionamento focados em casamentos heteronormativos (entre homens e mulheres cis). E mesmo que existam séries e até realities com foco em pessoas gays, ainda faltava uma produção focada no relacionamento entre mulheres e pessoas não binárias.

Nesse sentido, a série acerta na escolha das participantes e até na dinâmica, que, na maior parte do tempo, é bem divertida de acompanhar.

Agora, vamos aos pontos negativos.

Uma apresentadora hétero?

JoAnna Garcia Swisher é uma ótima atriz e apresentadora, mas a escolha em colocá-la como apresentadora em um reality LGBTQIAP+ não foi lá muito acertada. Nas redes sociais, algumas pessoas também se perguntaram a mesma coisa:

 

Relativização da violência doméstica entre mulheres

(Atenção, aqui podemos ter alguns spoilers)

Após a dinâmica do programa, o reality propõe um reencontro entre as participantes. É o momento em que elas utilizam para colocar os pingos nos is e também contar se ainda estão ou não juntas. Porém, em um desses momentos, a participante Mildred Woody revela, casualmente, que jogou alguns objetos em Tiff Der, de quem estava noiva e também morando junto. Nesse momento, Woody chega a comentar que foi presa pelo episódio.

Esse é um assunto muito sério, pessoal: A violência doméstica acontece também em relacionamentos entre mulheres e pessoas queer. E colocar uma vítima em frente a sua agressora é no mínimo insensível, né? Der chega a ficar desconfortável que deixa o estúdio da gravação do reencontro.

Na internet, o episódio também foi notado pelos fãs da série:

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E você que também assistiu ao reality, o que achou? 

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