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Um fim de semana no festival “mais secreto” da Holanda

Best Kept Secret Festival reuniu shows de Radiohead, Arcade Fire, Aurora, entre outros entre os dias 16 e 18 de junho

Por Bruno Dias Atualizado em 22 jun 2017, 16h23 - Publicado em 22 jun 2017, 15h38
Bruno Dias/CAPRICHO

A partir do mês de junho até o final de agosto, a Europa recebe as maiores turnês do momento, praticamente com um grande festival a cada fim de semana. Mas um deles chama a atenção por ser o “menor maior festival” do Verão (final da primavera) europeu: o Best Kept Secret Festival, realizado na pequena vila de Hilvareenbeek, no sul da Holanda, quase na divisa com a Bélgica.

Mas por que ele é o “menor maior festival”? A resposta é muito simples: o BKS acontece em três dias – este ano rolou de 16 a 18 de junho -, reunindo as mesmas grandes atrações de outros festivais gigantes como Primavera Sound Barcelona e Glastonbury Festival (Inglaterra). Alguns dos artistas que se apresentaram no festival foram Arcade Fire, Radiohead, Run the Jewels, George Ezra, Metronomy, Whitney, Aurora, só para citar alguns.

Outra comparação para entender um pouco do tamanho do BKS: em sua quinta edição, ele teve seu maior público da história: apenas 25 mil pessoas por dia. Pra se ter uma ideia, o Lollapalooza Brasil deste ano teve um público de 190 mil pessoas em dois dias. Ou seja, a chance de você ver aquele artista que você ama bem de pertinho é muito grande no Best Kept Secret.

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Nog 7 dagen tot Best Kept Secret!

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E tem mais! O grande charme do festival (além dos shows, obviamente) é o fato dele ser realizado no Safaripark Beekse Bergen, um safári com aproximadamente 1.250 animais de 150 espécies diferentes. O contato com a natureza é algo que impressiona no BKS, com 5 palcos (um a céu a aberto, três tendas e uma pista de música eletrônica) espalhados entre árvores (muitas delas com balanços!), com um lago bem ao lado do palco principal (sim, você pode nadar nele), e muitos lugares para relaxar na sombra entre as atrações.

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Como chegar?

O nome do festival, que em uma tradução livre seria “segredo melhor guardado”, faz todo sentido. Pra chegar até o BKS é preciso encarar uma viagem de cerca de 1h30 de trem saindo da estação central de Amsterdam em direção a Tilburg, cidade mais próxima de Hilvareenbeek.

Uma vez em Tilburg, é só pegar o shuttle bus do próprio festival (que custava 5 euros ida e volta, por dia) e fazer uma viagem de cerca de 20 minutos de ônibus até o estacionamento de onde acontece o evento. Dali, ainda rola uma caminhada de cerca de 10 minutos até conseguir entrar no local dos shows. Pois é, e você ainda reclamava que andava muito para chegar até o Autódromo de Interlagos para curtir o Lolla BR, né? hehe

Vivendo no festival

A grande maioria do público que frequenta o BKS praticamente vive dentro do festival durante seus três dias de realização. Alguns até chegam um dia antes para acampar por lá! O camping é gigante e, pra quem não curte dormir em barraca, a produção também vende pacotes para você ficar hospedado em bangalôs lá dentro.

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Tot morgen!

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Na sexta-feira (16/6), primeiro dia do festival, era comum ver milhares de pessoas chegando com carrinhos de mão, caixas, barracas e muita comida para entrar lá e só sair três dias depois. Tanto que, na hora de ir embora e pegar o shuttle bus, não existia tumulto nem muvuca, já que eram poucas as pessoas que deixavam o Safaripark Beekse Bergen.

Além disso, o ônibus ficava vazio também pelo fato das pessoas irem embora de bike, que pode ser considerado o principal meio de transporte dos holandeses. Seja em Tilburg ou Amsterdam, a quantidade de gente que usa a bicicleta para se locomover é bem grande.

Nada de dinheiro!

Assim como o Lollapalooza Brasil deste ano, o BKS é um festival em que não se usa dinheiro em espécie. Para comprar nas muitas barraquinhas de comida espalhadas pelo evento (com opções como burgers, waffles, batatas bravas, comida tailandesa e japonesa e churrasco), era preciso usar cartão de débito ou crédito.

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Nos casos das pessoas que não tinham esses cartões, era possível comprar logo na entrada cartões com créditos de 20, 50 e 100 euros para usar lá dentro, pagando uma taxa de 7 euros pelo cartão.

Além de comida, bebidas e os famosos merchans das bandas (e do próprio festival) só eram vendidos com cartão.

Os shows, claro!

Não foi apenas o público que ficou contagiado com o clima do Best Kept Secret. Os artistas que passaram pelos palcos do festival também sentiram a good vibe e proporcionaram momentos únicos.

Separamos algumas curiosidades que rolaram na edição deste ano:

Bruno Dias/CAPRICHO

– Para tocar no BKS, a cantora norueguesa Aurora, de apenas 21 anos, pegou um voo para chegar no mesmo dia e teve uma surpresa desagradável: sua mala se perdeu! Por conta disso, ela mesma contou no palco que teve que se apresentar de pijamas (era a única roupa que havia restado), e todo aquele estresse sumiu assim que o público lotou o Palco 2 para vê-la logo no comecinho do domingo de festival, às 15h, com muito calor e sol. Aurora quase chorou com a recepção calorosa e colocou todo mundo pra dançar ao som de Warrior, Running With The Wolves, além de cantar algumas inéditas como Soft Universe, In Bottles e Feeling I Can’t Fight. Detalhe, ela desembarca no Brasil para dois shows no mês de outubro, em São Paulo (dia 20) e Rio de Janeiro (dia 22).

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– O baterista e vocalista do Whitney (banda que está em praticamente todos os festivais europeus deste ano) avisou logo na segunda música do show, No Matter Where We Go, que estava mal do estômago e talvez não desse conta de ir até o fim. Mas a empolgação do público foi tão grande que Julien Ehrlich deu a volta por cima, enfrentou o calor e fez o show completinho, fechando com um dos hits indies de 2016, No Woman.

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Not much chance for survival

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– Iniciada no palco do Primavera Sound Barcelona, a nova turnê do Arcade Fire vai melhorando a cada show. E, se na Espanha já tinha sido incrível, no Best Kept Secret a banda conseguiu se superar. Foi o set mais longo da turnê até agora, com 20 músicas, incluindo um bis inesperado, quando as luzes do palco principal já estavam acesas, para tocar Intervention. Fora isso, a banda ficou empolgada com o mar de luzes em Neon Bible que até fez um vídeo especial no Instagram. Ah, também rolaram três canções do novo álbum, que só será lançado em 28 julho: Everything Now, Signs of Life e Creature Comfort.

– Quem frequenta festival sabe que não é fácil conviver com as conversas paralelas da galera, principalmente se você não consegue um lugar muito bom no show. Durante a apresentação do Radiohead, que fechou o BKS este ano, foi só a banda começar a criar o climão e as camadas sonoras de Daydreaming para que a galera começasse a pedir silêncio para quem estava conversando e, de repente, 25 mil pessoas ficaram caladas e só se ouvia a banda de Thom Yorke no palco. Sério, foi o show inteiro assim, com o público em transe, algo que ficará na memória pra sempre.

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