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Urias fala de diferentes sonoridades e expectativas para o Primavera Sound

A artista conversou com a CH sobre o processo criativo do HER MIND, relembrando inspirações para construção visual de seus projetos

Por Anny Caroline Atualizado em 11 set 2022, 16h22 - Publicado em 11 set 2022, 15h44

Nascida e criada em Uberlândia, em Minas Gerais, a cantora Urias retornou de uma turnê na Europa nos últimos tempos e já tem um compromisso com os fãs na primeira edição do Primavera Sound de São Paulo, que acontece em novembro deste ano.

Em conversa com a CH, a artista comentou sobre o processo criativo de seu último EP, o HER MIND PT.1, que foi lançado em maio deste ano e marca o primeiro projeto internacional da cantora. Repleto de novas sonoridades, ela explicou que fazer com que a letra converse com o instrumental foi importante durante o processo criativo.

Além disso, buscando explorar cada vez mais o lado visual de seus projetos, Urias sempre entrega clipes e conceitos incríveis em suas produções. A vontade de trabalhar com esse aspecto começou em sua pré-adolescência, tendo Lady Gaga como primeira inspiração.

Eu sou formada na faculdade Lady Gaga! Ela sempre teve essa preocupação, então quando eu era adolescente, pré-adolescente, começando a escutar Lady Gaga, sempre que sonhava em ser cantora, em ser artista, em ser performer, sempre sonhava para esse lado de: ‘Que história eu vou contar? Sobre o que eu vou falar? Como eu vou falar isso?’”, recordou a artista.

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Confira a nossa entrevista com a Urias:

CH: Falando do HER MIND, você mudou a sonoridade nesse projeto, até mesmo dentro de uma mesma música, como foi desenvolver isso no processo criativo?

Urias: Nesse EP, que é meu primeiro projeto internacional, eu queria fazer com que as pessoas que escutassem lá de fora, escutassem a música e lembrassem que é uma possibilidade de música brasileira, que eu trago elementos nessa música, mas que também se identificassem com coisas de lá. E vice-versa também. Que quem daqui ouvisse, soubesse que é pra fora mas que eu também trago pra cá.

Por isso que temos todas essas variações dentro da mesma música e também se preocupando com o mood, com a vibe de tudo que eu vou falar. Sempre tentando fazer a instrumental conversar com a letra mesmo, trazer o que a letra está falando… Foi mais nesse caminho que a gente foi decidindo fazer tantos momentos nas músicas.

E acho que também, hoje em dia, a nossa mente funciona de 15 em 15 segundos, aí eu pensei assim: ‘Ah, acho que a música que vai vindo tem que ter várias novidades, vários momentos, talvez até, num certo ponto na música, buscar outra parte da música e voltar com ela.’

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CH: Você comentou que é seu primeiro projeto internacional e temos diferentes idiomas sendo usados. Como é esse processo de composição em outro idioma para você?

U: No caso do meu álbum anterior, do FÚRIA, isso foi acontecendo normalmente. Eu estudo inglês desde muito pequena, então, sempre vem muita coisa em inglês na minha cabeça. Quando comecei a compor o primeiro álbum, estava fazendo aulas de espanhol há muito tempo também, então as coisas foram acontecendo. As palavras vinham na minha cabeça e tal.

Nesse caso do HER MIND, já era um foco trabalhar mais de uma língua na música. Então, já fui nessa direção, já fui pensando nisso. Quando juntou eu, o Number Teddie, a Alice Caymmi pra compor as coisas, a gente já pensava no inglês com espanhol, nessa frase em francês no caso de Je ne sais quoi, que a gente queria pegar o significado e botar na música. Então, as coisas já estavam um pouco projetadas nas nossas mentes, levadas para esse lado das línguas mesmo. E foi acontecendo e aí foi dando para rimar uma com a outra e a gente foi indo!

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CH: Você mudou a sua paleta de cores para esse projeto, como que foi a ideia para o visual do EP?

U: A princípio, eu pensei em trabalhar cores muito chamativas porque no meu último projeto, eu não trabalhei cor nenhuma. Cor, cor mesmo. Só preto e branco, sabe? Pensei: ‘Agora eu quero vir com cores muito fortes.’ Eu queria trabalhar um contraste de cores que não fosse óbvio, então, escolhi o azul e o amarelo. E também numa edição que lembrasse uma tomografia de um cérebro, porque estou falando da minha mente, eu vou falar de cérebro nesse EP, vou falar de ser biologicamente quem eu sou, de ser biologicamente mulher. Então, eu queria trazer para esse biológico, para essa parte de parecer que está tudo ali, naquela câmera de tomografia, de cérebro, sabe? E as cores e tudo aquilo. Foi daí que eu parti e decidi que fosse colorido, que fossem essas cores, que encaixasse com o que eu estava falando no EP e que vou começar a falar da minha mente agora porque, nos últimos tempos, tenho respondido muitas perguntas e falado muito sobre o meu corpo, e aí eu queria falar sobre a minha mente.

CH: E desde a época dos seus covers, você tem essa preocupação com o visual dos seus projetos, que sempre ficam muito incríveis. Quando começou essa sua vontade de explorar esse lado?

U: Olha, desde sempre! Eu sou formada na faculdade Lady Gaga! Ela sempre teve essa preocupação, então quando eu era adolescente, pré-adolescente, começando a escutar Lady Gaga, sempre que sonhava em ser cantora, em ser artista, em ser performer, eu sempre sonhava para esse lado de: ‘Que história eu vou contar? Sobre o que eu vou falar? Como eu vou falar isso?’

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E visualmente falar para as pessoas como eu quero que elas recebam, como elas podem receber isso, quais são as possibilidades de interpretação, que estão sempre surgindo as possibilidades de interpretação, interpretações diferentes. Uma pessoa escutou de um jeito e pensou: ‘Ah, ela tá falando disso’ e outra pessoa escutou a mesma coisa e pensou tipo: ‘Não, ela está falando daquilo ali.’ Porque cada um tem o seu.

Essa parte visual para mim é muito importante, porque foi assim que eu comecei a fazer música. Foi a partir da parte visual, minha primeira música eu comecei a partir do clipe, que eu já tinha o clipe na minha cabeça, do que eu queria e depois fui da música para o clipe. A parte visual, para mim, é uma das mais importantes. É o que exalta a qualidade sonora também. É o que encaixa as histórias todinhas do que você está querendo contar. Eu sou muito assim, sabe? Eu sou visual.

CH: Já que estamos falando de visual, o que podemos esperar do seu show no Primavera Sound? Como estão as expectativas?

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U: Olha, [pode esperar] coreografia, vocais, muita entrega, muito cabelo e eu vou botar muito cabelo ainda, mais aí para o Primavera Sound! (risos) Mas assim, eu quero trazer coisa nova, música nova, até lá já vai ter música nova, espero que eu tenha. Para pode trabalhar, para poder vir com um show novo e específico para o Primavera Sound porque é um dos festivais que eu estou mais ansiosa para cantar, mais ansiosa para tocar, para levar o meu show. Para as pessoas entenderem meu trabalho ao vivo, sabe? E é isso, estou me preparando bastante já!

CH: E como foi para você a eurotour, que terminou um tempo atrás?

U: Na Europa foi muito incrível porque eu não esperava que a galera já conhecesse o meu trabalho do jeito que conheciam. Eu esperava que fosse chegar lá e as pessoas iam acabar conhecendo meu trabalho, consequentemente, vendo meu show e iam atrás do meu trabalho. Mas eu cheguei lá e muita gente já sabia, já sabiam cantar várias músicas. E aí me surpreendeu de uma maneira positiva, muito, muito, muito, assim, incrível. Foi uma experiência que eu não vou esquecer nunca mais na minha vida.

Já queremos ver a Urias arrasando no palco do Primavera Sound!

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