estilista Guilherme Valente apresentou a coleção ‘AMA‘ de sua marca homônima na Casa de Criadores 54, nesta terça-feira (30), para narrar sua trajetória de amor-próprio, fazendo uma analogia ao mar e à busca pelo fôlego ao encontrar a superfície. Isso resultou nas cores vermelha (do coração) e azul (do mar) na passarela, além do preto e branco, que remetem à dicotomia do lado bom e ruim que cada pessoa tem.
“Eu trouxe a narrativa do amor-próprio voltado para minorias. Então, conto a trajetória do amor-próprio faço uma referência ao mar, a você estar submerso e, nesse momento de submersão, você está sendo abraçado pelo mar, se sentindo acolhido e você precisa buscar fôlego, precisa sair daquele limbo de sentimentos, daquela loucura, e você busca a superfície”, afirma o diretor criativo em entrevista à CAPRICHO.
“A coleção passa por esse momento de sofrência, de tristeza, mas também tem um momento de muita luz. A gente tem elementos como onda, coração e coisas bem figurativas. Por exemplo, o look que encerra, que é esse alvo de coração preto e branco. Eu acho também que todo mundo tem um lado mau e um lado bom, e a gente tem que aceitar e entender isso”, acrescenta.
Guilherme Valente também relata que a ideia da coleção nasceu de uma reflexão sobre sua trajetória com o amor-próprio e vivências enquanto pessoa LGBT. “Pensei em quando eu me assumi para a minha família, quando eu me identifiquei com outra pessoa gay, no banho chorando porque gostava de homem e não podia pensar nisso… Toda essa fase de aceitação e sofrência faz parte desse amadurecimento que a gente tem para se enxergar, se amar e, no fim, fazer o que a gente está fazendo e sendo bonito, chique e feliz.”
No desfile, chamam a atenção a fluidez entre gêneros, o volume nas peças, os vestidos estruturados e os acessórios em correntes prateadas, que adornam os óculos de sol e os pescoços, orelhas e até pés dos modelos.
Por fim, o designer ainda declara que seu maior conselho para quem está no processo de autoconhecimento, aceitação e amor-próprio é vivê-lo por inteiro. “A gente vai sofrer, vai chorar, vai dar risada, mas tudo isso faz parte desse amadurecimento de você se entender enquanto uma pessoa gay, ou uma pessoa trans, uma pessoa LGBTQIAP+, uma pessoa preta, uma pessoa gorda. A gente tem que se entender nisso e falar: tá tudo bem. Esse padrão foi imposto há muito tempo, eu não preciso seguir isso para ser feliz. Você pode ser feliz do jeito que você é.”
@capricho Guilherme Valente conta que sua coleção apresentada na #CasadeCriadores 54 foi inspirada em sua jornada de amor-próprio ❤️🔥 #semanademoda #desfile #estilista