coleção “agora você me vê?”, fala sobre o afrosurrealismo, que, diferente do afrofuturismo, é sobre agir no presente. “Para que haja um futuro, eu preciso fazer algo no agora”, conta Jal Vieira Brand, em entrevista para a CAPRICHO.
O movimento artístico do afrosurrealismo nasce na escrita poética afroestadunidence, mas a estilista quis retratar no contexto do próprio país, utilizando diversos artifícios para isso.
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O material das roupas é feito com Neoprene, tecido usado para fazer roupas de mergulho, e nessa coleção ele vem para se referir ao período em que pessoas pretas não podiam frequentar piscinas públicas.
As peças apresentam uma modelagem bem ampla, evidenciando a presença de corporalidade negra. “As mangas são gigantes, porque alcançam esse mundo”, completa a estilista.
Os guizos que ganham destaque em algumas peças, são elementos da cultura afro, que servem para espantar espíritos e para a proteção. No desfile, eles também têm o papel de representar um corpo que se anuncia antes mesmo de sua chegada.
Nos cabelos de alguns, é possível ver acessórios que sumulam navalhas, trazendo a ideia de pessoas tocando o cabelo de pessoas pretas sem autorização e as navalhas expelindo esse toque. Os brincos de água-viva trazem a mesma ideia, já que o animal ao ser tocado, libera um líquido que paralisa seu inimigo.
@capricho A marca Jal Vieira Brand, da estilista de mesmo nome, apresenta a coleção “Agora você me vê?”, sobre afrossurrealismo, na #CasadeCriadores 54 💫 #estilista #desfile #semanademoda
O casting contou com uma grande diversidade, com corpos bem plurais e com uma apresentação cantada que se desenrolou por toda a apresentação de uma maneira bem atrativa.
Casa de Criadores 54 acontece até hoje, terça-feira (30), no centro histórico de São Paulo.
*Com supervisão de Andréa Martinelli, editora-chefe da CAPRICHO. Dani faz parte da Galera CAPRICHO 2024 e está acompanhando a cobertura da CH na Casa de Criadores em 2024.
