Acessórios pratas e dourados não se misturam, uma peça estampada só combina com outra lisa, tênis não funciona em ocasiões formais, cuidado para não exagerar no brilho, pessoas baixas não ficam bem de saia midi, gordas devem dar preferência ao preto… Quantas vezes você já ouviu alguma regra imposta pela sociedade quando se trata de moda? E, se você achava que, por serem ultrapassadas, elas haviam ficado para trás, saiba que, infelizmente, não é bem assim…
Ainda vejo muitas pessoas reforçando essas normas antiquadas ou olhando feio no segundo em que alguém as desafia. E sabe de uma coisa? Eu tô cansada disso! A moda deveria ser sobre fugir desses padrões, e não sobre segui-los. Sobre gerar controversas e pensamentos diversos mesmo. Afinal, ter estilo vai além das roupas que usamos e está relacionado a como você se sente com elas. Já dizia Gianni Versace: “Não siga tendências. Não deixe a moda te dominar, você decide quem você é e o que você quer expressar pela maneira como se veste e vive“.
O importante é você se sentir bem com aquilo que escolheu vestir, porque, aí, nenhuma opinião não requisitada vai te abalar. Nas várias vezes em que eu postei fotos ou vídeos dando dicas de moda nas redes sociais da CAPRICHO, vi comentários do tipo “Sério que ela saiu assim?” e “Isso parece pijama” – esses foram alguns dos mais recentes que lembro. E sabe qual foi a minha reação? Nenhuma! Hahaha. Se eu sustento a minha decisão e estou segura com ela, pode vir a Rihanna falar que o look deu ruim que eu não vou ligar (ok, dei uma leve exagerada, mas vocês entenderam). Por isso amo tanto acompanhar desfiles das marcas mundo afora, para abrir a mente e enxergar outras possibilidades!
Esqueçam essas falácias do “tem que ter no armário”, “tem que usar isso ou aquilo”. Ninguém tem que nada! E é assim que criamos uma identidade própria por meio das roupas. Que graça tem aderir ao efeito manada? Nas ocasiões em que você pretende se arrumar e planejar realmente o que vai vestir (porque tem dias que a gente só quer pegar a primeira coisa que vê no armário), pense no que deseja comunicar para o mundo ou qual a personalidade que vai seguir naquele momento. Ninguém é uma coisa só. Somos plurais, colocamos nossas referências, mesmo que de forma subconsciente, também no que usamos, e ninguém tem o direito de se achar mais entendido de moda para dizer o que você deve ou não fazer.
Então, o desafio de hoje é: liberte-se! A libertação na moda pode ser um processo longo e até difícil, mas vou propor aqui um exercício para quem estiver disposto a sair da zona de conforto. Sabe aquela peça que você acha linda e continua guardando para quando tiver coragem de usar ou para quando surgir uma ocasião espetacular? Procure inspirações de looks com ela e monte a sua própria versão. Eu mesma vou fazer isso por aqui do meu jeito, com o que eu gosto de usar e sem me importar se alguém disse que isso não era o certo. Em breve, depois de dois anos que entreguei meu Trabalho de Conclusão de Curso, vai rolar a festa de formatura da minha faculdade e a minha única certeza é que não quero usar o clássico vestido longo com saia de tule. Sim, vou ignorar as regras implícitas desse evento e procurar uma coisa que seja mais a minha cara e que vai me deixar muito mais feliz! 🙂
O próximo texto da coluna O Mundo de Sofia* sai no dia 4 de maio. Beijos e até lá! <3
*A coluna é escrita por Sofia Duarte, repórter de moda e beleza da CAPRICHO.
