Mais um Dia Internacional das Mulheres, mais uma oportunidade de colocar sob os holofotes questões relevantes para a sociedade, que dizem respeito aos direitos e à emancipação feminina. Há 48 anos fazendo parte do calendário oficial de datas comemorativas, o dia é muito mais sobre reflexão, homenagens e lutas do que sobre festa.
É preciso, sim, celebrar aquelas que vieram antes de nós e as pequenas grandes conquistas diárias, mas ainda mais importante é cobrar, exigir reformas e sair às ruas (mesmo que metaforicamente) por aquelas que ainda não possuem a mesma liberdade que nós.
1. Sua origem foi motivada por protestos trabalhistas
Como já contamos anteriormente na CAPRICHO, o Dia Internacional das Mulheres foi inspirado em três acontecimentos: uma manifestação feminina que ocorreu em 1908, nos EUA; a Conferência Internacional de Mulheres Socialistas em Copenhague, em 1910; e outra manifestação, só que na Rússia, em 1917, que ficou mundialmente conhecida como “pão e paz”.
Em todos os episódios, as mulheres saíram às ruas em busca de seus direitos, especialmente do “direito a voto; igualdade de oportunidades e de salários para igual trabalho e proteção social à mulher e à criança”, conforme consta no livro Autobiografia de uma mulher emancipada, de Alexandra Kollontai, de 1980.
2. A data foi adicionada ao calendário em 1975
As ativistas Clara Zetkin e Alexandra Kollontai foram os grandes nomes por trás da criação da Conferência Internacional de Mulheres Socialistas, que discutia a emancipação feminina e formas de torná-la viável para todas as mulheres.
Contudo, foi somente 65 anos depois do 1ª encontro, na Alemanha, que a ONU oficializou a data – cujo dia (8 de março) homenageia o protesto russo “pão e paz”, que ocorreu em 1917.
3. Roxo é a cor oficial do 8M
E você sabe por quê? Ela simboliza justiça e dignidade. Mas outras cores também são usadas na data, como o verde (esperança) e o branco (paz).
Essa combinação de cores era a usada por mulheres que participavam da União Social e Política das Mulheres, criada por Emmeline Pankhurst, em 1903, no Reino Unido. Ela foi a principal organização popular a lutar pelo sufrágio feminino.
“Não estamos aqui porque somos infratoras da lei, estamos aqui porque queremos mudá-la”, disse Pankhurst ao ser presa durante um dos protestos.
Roxo, verde e branco também são as cores que marcam os protestos pró-escolha e aborto legal, e as menifestações no geral sobre direitos femininos.
4. Todo ano, a data tem um tema
Que é estipulado pela ONU. Em 2022, o tema foi “Igualdade de gênero hoje para um amanhã sustentável”. Neste ano, é “Inovação e tecnologia para a igualdade de gênero”, que, segundo a Organização das Nações Unidas, “destaca o papel da tecnologia inovadora na promoção da igualdade de gênero e na satisfação das necessidades das mulheres em matéria de saúde e desenvolvimento.”
5. Por que a polêmica das flores?
É costume dar flores para as mulheres na data em alguns lugares do mundo, como na Itália. Entretanto, apesar de muitas mulheres não se importarem em receber o mimo durante o dia – e até gostarem -, outras acreditam que o presente funciona como uma passada de pano e representa uma suavidade imposta pela sociedade que não é mais aceita – e elas nem mais querem, especialmente em uma data de luta.
Daí, as tradicionais frases “não me dê flores, me dê respeito” e “não é sobre rosas, é sobre direitos”. Elas fazem parte de um movimento que reforça a importância de se lutar pela emancipação feminina em um mundo ainda pensado por e para homens.
6. E as bruxas, o que têm a ver?
Você já deve ter escutado aquela célebre frase “somos as netas de todas as bruxas que vocês não conseguiram queimar”, certo? A gente já explicou isso aqui na CAPRICHO anteriormente também, mas, basicamente, as bruxas são lembradas durante o 8M e são símbolos do movimento feminista porque são sinônimos de rebeldia, magia e união (com os famosos coven, sabe?).
Só que, além do sentido mais figurado, temos o literal, histórico e cultural. Durante muitos anos, mulheres foram perseguidas por deterem conhecidos que eram tidos como ritualísticos, como conhecer ervas e plantas, e justamente por isso eram chamadas de bruxas.
Essas mesmas mulheres também não se curvavam para imposições patriarcas e prezavam sua liberdade, o que também era malvisto, especialmente pelos homens e pela Igreja.