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Boulos e Nunes empatam na corrida eleitoral para a prefeitura de SP

Entender melhor o que a pesquisa Datafolha traz desde o início do pleito eleitoral é essencial pra você votar melhor lá em outubro.

Por Andréa Martinelli 30 Maio 2024, 15h00
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esquisas eleitorais vão muito além de só perguntar a intenção de voto para seus tios, pais, amigos ou irmãos. E é importante que você olhe para elas a nível municipal também, ainda mais em 2024, que é um ano eleitoral.

 

A mais recente pesquisa Datafolha informou que os candidatos Guilherme Boulos (PSOL-SP) e Ricardo Nunes (MDB-SP), estão tecnicamente empatados na corrida eleitoral para o cargo de prefeito da cidade de São Paulo.

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Ah, e apenas uma pausa aqui: se você não tá lembrado (ou se essa vai ser a sua primeira eleição), vamos votar para prefeito e vereador, elegendo representantes para ocupar o cargo máximo nas nossas cidades e os vereadores que vão povoar as Câmaras dos Vereadores.

Segundo o Datafolha, Boulos segue com 24% das intenções de voto, enquanto o prefeito Nunes marca 23%. A margem de erro é de três pontos para mais ou menos; a pesquisa entrevistou 1.092 eleitores da maior cidade do país, entre os dias 27 e 28 de maio.

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Boulos e Nunes ainda são pré-candidatos, mas o resultado da pesquisa Datafolha sinaliza que, assim que tiverem suas candidaturas oficializadas, os candidatos podem ser os que vão disputar frente a frente o primeiro e eventual segundo turno; sem contar o quanto isso mostra que a polarização continua com tudo, né?

Isso porque Boulos faz parte de um partido de esquerda e da ala progressista, enquanto Nunes, além de ser o atual prefeito da maior cidade do Brasil, está na esfera oposta à dele: é de um partido considerado conservador e é o atual prefeito da cidade.

Pesquisa eleitoral? Oi?

O Brasil é um país gigantesco, com mais de 200 milhões de habitantes e, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), quase 148 milhões de pessoas aptas a votar (é muita gente, concorda?).

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E, sim, é praticamente impossível saber o que todo mundo pensa sobre as eleições e quais candidatos cada um vai escolher. É aí que entram as pesquisas. Elas funcionam como um recorte da opinião dos brasileiros sobre determinado assunto.

Além de Boulos e Nunes, a pesquisa também perguntou aos eleitores sobre os outros pré-candidatos e analisou cenários com e sem eles na corrida eleitoral. Os nomes também analisados foram:

  • Tabata Amaral (PSB)
  • Pablo Marçal (PRTB)
  • José Luis Datena (PSDB)
  • Kim Tagaguiri (União Brasil)
  • Marina Helena (Novo)

Em um cenário com Datena no pleito eleitoral, Boulos possui 24% dos votos, e Nunes, 23%; Tabata fica com 8%. Já em um cenário sem Datena e Kim Kataguiri, Nunes tem 26% e Boulos, 24% na disputa pela Prefeitura de São Paulo – ou seja, sai ganhando de seu opositor e conquista uma possível reeleição.

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Quando o eleitor não vê a lista de candidatos, o resultado é o seguinte: Boulos surge com 13%, ante Nunes com 9% – sem ter o nome citado, 3% falam em votar no atual prefeito. Os candidatos que vêm em seguida, são Datena, Marçal e Tabata todos com 1%, segundo o Datafolha.

Boulos vai melhor entre os mais ricos (42% entre os que ganham mais de 10 mínimos, 37% entre os 10% com renda de 5 a 10 mínimos) e mais instruídos (37% nos 34% com ensino superior). 

A pesquisa também mostra que o atual prefeito manteve o perfil de seu apoio, sendo visto como opção principal por quem votou em Bolsonaro (39% no cenário completo) e por quem aprova sua gestão (49%). Sua intenção cai entre os mais jovens (13%) e mais ricos (14% entre os 6% que declaram ganhar mais de 10 salários mínimos).

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Mas por que eu preciso ficar de olho nesses dados, CAPRICHO?

Para Patricia Pavanelli, diretora de inteligência e insights do Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec), as pesquisas eleitorais também revelam objetivos, atitudes e desejos dos cidadãos em relação aos candidatos, governos e partidos políticos, e dão elementos que contribuem para uma melhor relação entre representantes governamentais e representados.

Ao contrário do que dizem por aí, essas pesquisas são feitas seguindo métodos comprovados cientificamente, mas, considerando o tamanho do país, é mesmo difícil você conhecer alguém que respondeu a essas pesquisas – porque elas são pensadas considerando um público muito maior e mais diverso do que o seu entorno.

Ou seja, pesquisa eleitoral não é o mesmo que perguntar para os parentes ou amigos próximos em quem eles vão voltar na próxima eleição, mas considerar todo o cenário demográfico brasileiro e escolher um recorte de pessoas que representem o país para, de fato, responder essas perguntas.

Cada pesquisa costuma conversar com cerca de 2.500 pessoas, a chamada “amostragem”, e quanto mais gente for entrevistada, menor a taxa de erro e mais preciso é o resultado. Isso significa que teremos mais certeza sobre quem está à frente da corrida eleitoral, por exemplo.

Mas não só de dados vive uma pesquisa eleitoral. Elas são publicadas por um motivo: tanto para informar o público do status das eleições, quanto também estimular estratégias e mudanças de campanha por parte dos partidos – afinal, se um candidato está atrás nessa disputa, algo precisa ser feito para tentar virar o jogo, certo?

“A pesquisa eleitoral é uma informação a mais no conjunto de tantas outras que o eleitor recebe durante uma campanha eleitoral”, complementa Pavanelli. “É direito do eleitor querer usar as informações de uma pesquisa de intenção de voto para decidir se faz um voto útil ou não, se escolhe entre aqueles que têm mais chances, se vota branco ou nulo, se vota em quem está na frente.”

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