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9 curiosidades e polêmicas sobre a Copa do Mundo 2022, no Catar

Dos estádios desmontáveis às leis que proíbem demonstrações públicas de afeto e condenam a população LGBTQIA+

Por Isabella Otto Atualizado em 21 nov 2022, 21h19 - Publicado em 18 nov 2022, 11h36
A bola de futebol da Fifa de 2022 descansa sobre as areias do deserto do Catar
Elsa/Getty Images

A Copa do Mundo 2022 está prestes a começar! E dizem por aí que ela é a mais aguardada de todos os tempos, principalmente por ser a primeira após a pandemia de coronavírus que colocou o mundo em pausa. Mas há controversas! Isso porque o Catar, sede do torneio, tem restrições bastante polêmicas – e preconceituosas -, em especial para as pessoas que moram no Ociente, uma vez que, desde 1971, o país é governado tendo como base a Sharia, lei islâmica.

Por exemplo, você sabia que a homossexualidade, além de ser considerada um pecado, é um crime passível de pena de morte? Exatamente por causa dessas leis, que controlam a chamada ditadura monarquista, Joseph Baltter, ex-presidente da Fifa, disse que a Copa no Catar era “um erro”.

 

A seguir, você confere nove curiosidades e polêmicas envolvendo o mundial de 2022, que começa no próximo domingo (20):

1. A Copa no Catar é pioneira em muitos sentidos

O país é o menor até hoje a sediar um mundial! Mas, como tamanho não é documento, ele é hoje a nação mais rica do globo, faturando em cima da exportação de petróleo e gás natural.

Esta também é a primeira vez que uma Copa do Mundo acontece no Oriente Médio.

2. O icônico estádio desmontável

O segundo jogo do Brasil na Copa é contra a Suíça, no dia 28, e vai acontecer no Estádio 974, conhecido por ser desmontável.

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Ele foi construído com contêineres e módulos de aço, e pensado para justamente ter prazo de validade. Após o torneio, ele será desmonstado, feito um Lego, e sua estrutura poderá ser usada para construir outra coisa.

Foto do Stadium 947, em Dohra, no Catar, feito com containers desmonstáveis
Este é o Estádio 947, localizado em Doha, capital do Catar Mohammed Dabbous/Anadolu Agency/Getty Images

3. A realidade do trabalho escravo

Durante a preparação para a Copa, surgiram muitas denúncias de trabalhos análogos à escravidão. Esses empregados são em maioria imigrantes do sudeste asiático, que trabalham à exaustão, em péssimas condições e sem nenhum direito trabalhista.

Uma reportagem do jornal inglês The Guardian revelou que mais de 6.500 imigrantes morreram durante os preparativos para a Copa, que começaram em 2010, quando o Catar foi anunciado como sede. 37 deles faziam parte da mão de obra adquirida para a construção dos estádios.

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O governo, contudo, disse que apenas três mortes foram relacionadas ao trabalho, ignorando as outras milhares.

4. Os Direitos Humanos não são para todos

Pelo menos, não no Catar. Por causa da Lei Sharia, que condena a homossexualidade e coloca os homens em posição de superioridade em relação às mulheres, a Fifa proibiu que a Seleção Dinamarquesa estampasse o texto “Diretos Humanos para todos” no uniforme oficial de jogo. “Os equipamentos não devem ter slogans, declarações ou imagens políticas, religiosas ou pessoais”, justificou a confederação.

Jakob Jensen, chefe executivo da Federação Dinamarquesa de Futebol, repudiou a decisão – embora tenha que respeitá-la: “Somos da opinião de que a mensagem Direitos Humanos para Todos é universal e não é um apelo político, mas deve ser algo que todas as pessoas possam apoiar”, disse.

Mulheres islâmicas usando hijab passeiam em frente a um cartaz com o mascote da Copa do Mundo 2022
Mulheres muçulmanas passeiam na área central de Doha, em frente a um cartaz com o mascote da Copa Cui Nan/China News Service/Getty Images

5. No Catar, é proibido beber álcool na rua

Também não terá venda de bebidas alcoólicas nos estádios de futebol – apenas cerveja sem álcool, que custará R$ 45 o copo. Só será possível fazer a compra em hotéis e restaurantes internacionais. E nada de beber em espaços públicos, como em ruas e praças, viu? A prática é proibida por lei.

6. A cerveja mais cara de história das Copas

Pois é. Se fizermos a conversão para Real, cada copo de cerveja com álcool no Catar custará R$ 75! Talvez o excesso de bebidas alcoólicas esteja longe de ser um problema mesmo… (risos nervosos)

7. Roupas curtas na mira da lei

Outra coisa fora de cogitação durante a Copa do Mundo do Catar é o uso de roupas que deixam o corpo muito à mostra, especialmente quando o assunto são mulheres. Nada de ombros e joelhos de fora, tá?

Aqui, vale um adendo: as taxas de feminicídio no Oriente Médio são altíssimas. Muitas leis islâmicas corroboram com a violência contra as mulheres e a misoginia. O pior país para ser mulher na região é o Egito. O Catar encontra-se em 18º lugar na lista desenvolvida pela corporação canadense Thomson-Reuters.

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Policiais na Praça das Bandeiras, escoltando a área central de Doha
Policiais na Praça das Bandeiras, escoltando a área central de Doha Matthias Hangst/Getty Images

8. Nem qualquer maneira de amor vale a pena

No Catar, por exemplo, é impossível cantar a belíssima canção Paula e Bebeto, de Milton Nascimento, que diz que “qualquer maneira de amor vale a pena”. Ou então Toda a Forma de Amor, do Lulu Santos.

No país do Oriente Médio, é proibido defender os direitos da população LGBTQIA+ e demonstrar afeto em público.

Embora a Polícia do Catar tenha dito que fará vista grossa durante a Copa com relação aos turistas, para esta e outras questões, todo cuidado é pouco.

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9. Nada de cruzar as pernas em lugares públicos

É claro que a polícia também deverá fazer vista grossa para isso durante o mundial, mas, no Catar, em espaços públicos, não é indicado que você sente-se com as pernas cruzadas ou em qualquer posição que deixe a sola do sapato à mostra. A razão? Segundo os costumes locais, a sola do sapato é a parte mais suja da vestimenta e, por isso, não deve ficar visível para os outros, tendo sempre que ficar apoiada no chão.

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