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‘É mais do que necessário valorizar as potências dos jovens brasileiros’

O professor de Geografia que amamos, João Luiz Pedrosa, conversou com a CAPRICHO sobre o papel da edução na nossa vida

Por Marcela de Mingo, especial para a Capricho Atualizado em 17 jul 2023, 12h29 - Publicado em 13 jul 2023, 14h05
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oão Luiz Pedrosa é uma potência da Educação. Talvez assim, de nome, você não saiba do que estamos falando, mas João é famoso – ele fez parte do elenco da edição 21 do Big Brother Brasil, da TV Globo. Ainda no reality show, ele chamou a atenção pelo seu discurso super politizado e que defendia pautas importantes e que ainda são assunto por aqui, como o racismo e o acesso dos jovens à educação. 

E quando a gente diz potência, é uma potência mesmo. O então professor de Geografia hoje é Mestre em Educação, apresentador no Canal Futura e no GloboPlay, acumula quase 3 milhões de seguidores no Instagram e é ativista – não à toa que ele é convidado para palestrar e fazer discursos antirracistas no Congresso, né?!  

Com tudo isso em mente, CAPRICHO sentou para conversar com o João sobre o cenário da educação brasileira hoje. A gente bem sabe que os jovens costumam ficar em último lugar nas pautas políticas, mas isso precisa mudar.

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Divulgação/Barbara Marcantonio/CAPRICHO

Afinal, com ataques em escolas (a gente mergulhou nesse assunto complexo neste texto aqui) se tornando cada vez mais comuns por aqui e o sucateamento da educação pública, fica complicado pensar em deixar tudo como está. Já que estamos falando de futuro – e a nossa galera é o futuro – nada melhor do que refletir sobre o agora para mudarmos o depois. 

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Leia na íntegra a nossa conversa com o João sobre o assunto: 

CAPRICHO: João, no cenário que vemos hoje no Brasil, qual a importância de priorizar os investimentos em educação? 

João Luiz Pedrosa: Priorizar investimentos na educação impacta positivamente a vida, conhecimento e produtividade dos estudantes, mas vai além, é um movimento que também engloba uma melhoria em outros âmbitos que permeiam a educação, como qualidade de vida, segurança, melhores oportunidades no mercado de trabalho, saúde… E acredito que possa ser o início de uma reflexão profunda sobre um futuro próspero para os jovens estudantes de hoje. 

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Qual é o maior impacto que a falta de investimentos na educação tem na nossa juventude, hoje? 

Além de impactar em condições consideradas básicas na vida de um estudante e toda a comunidade, como o acesso às disciplinas, alimentação, transporte, segurança, estímulo intelectual, qualidade de vida… A falta de investimentos nesse contexto também desacelera o acesso à Internet, por exemplo, que hoje também faz parte de uma necessidade na vida do estudante. Durante a pandemia, eu tive muitos alunos que não tiveram acesso à educação nesse período simplesmente por não terem acesso à Internet. 

São os jovens que diariamente frequentam o ambiente escolar, que utilizam de transporte público, saúde pública… eles são a voz da realidade

João Luiz Pedrosa
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Falando em juventude… qual é o papel dos jovens na construção do Brasil? 

Direcionar a atenção às percepções e necessidades dos jovens estudantes do nosso país contribuirá para um futuro diferente do que vivemos hoje. São os jovens que diariamente frequentam o ambiente escolar, que utilizam de transporte público, saúde pública… eles são a voz da realidade e, dessa forma, é inegável que essa vivência seja de extrema valia para um processo de melhoria para o futuro do país.

E o que você sente que pode mudar na forma como as lideranças (sejam governamentais ou privadas) se relacionam com os jovens? 

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Acredito que implementar um movimento conciso sobre escuta, diálogo, troca de experiências e ideias entre os jovens e lideranças, sejam governamentais ou privadas, possa ser um caminho para a melhoria dessa relação.

O Brasil experienciou 5 ataques com mortes em escolas apenas entre 2022 e 2023. O que você acha que motivou esses ataques? E como podemos evitar que eles aconteçam no futuro? 

Não podemos aceitar que a escola deixou de ser um espaço seguro para os estudantes. São muitas nuances que podem ter motivado tais ataques no Brasil, e creio que o sentimento de que “a violência é a saída” faz com que isso se torne mais recorrente. Tornar esses ataques verdadeiros espetáculos é muito problemático. É necessário pensar em políticas públicas eficientes de combate ao armamentismo e principalmente de conscientização dos jovens e acompanhamento psicológico nos ambientes escolares. Esse talvez seja o caminho.

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O que os jovens podem fazer hoje para melhorarem as suas perspectivas futuras? 

O principal é trabalhar o processo de escuta dos estudantes. Nos parece que, à medida em que vamos avançando os anos, as perspectivas de geração de emprego, renda e de possibilidades educacionais e informacionais vão se tornando mais fluidas. Não temos muita certeza do que queremos ou do que vamos fazer – e não estou dizendo que mudar seja algo negativo, pelo contrário – digo, pois isso impacta diretamente nas nossas perspectivas futuras. Valorizar suas potências e suas particularidades é algo que se faz necessário. O Brasil é recheado de jovens multitalentosos e isso precisa ser potencializado para avançarmos para uma sociedade melhor.

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