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‘Eu termino aqui, mas elas continuam’, diz Marta após eliminação na Copa

Maior jogadora do futebol brasileiro conversou com jornalistas após eliminação do Brasil na Copa Feminina

Por Andréa Martinelli Atualizado em 2 ago 2023, 12h42 - Publicado em 2 ago 2023, 10h59

Ela é inegavelmente a melhor jogadora do futebol brasileiro. Na manhã desta quarta-feira (2), Marta entrou em campo em uma Copa do Mundo pela última vez e assistiu à despedida do Brasil do mundial, que acontece na Austrália neste ano. O Brasil perdeu em um empate para a Jamaica em um jogo tenso e cheio de emoção. A gente acompanhou tudo aqui.

Em entrevista à imprensa após o jogo, ela foi questionada sobre o futuro do futebol feminino no Brasil e o que esse momento representa para a modalidade. Emocionada, ela desabafou e reforçou o quanto é preciso continuar apoiando o esporte. “É difícil falar em um momento desses. Não era, em nenhum dos meus maiores pesadelos, a Copa que eu sonhava”, disse.

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Marta ainda reconheceu o avanço da modalidade e o reconhecimento da população. “O povo brasileiro pedia renovação, e isso tá acontecendo. É só o começo pra elas. Eu termino aqui, mas elas continuam. Eu quero que as pessoas no nosso Brasil continuem tendo o mesmo entusiasmo que tiveram quando começou a Copa.”

Há alguns anos, o protagonismo da seleção brasileira ficava com o trio Cristiane, Formiga e Marta – três nomes que construíram uma história sólida na modalidade e inspiraram toda uma geração. Hoje, nomes como Bia Zaneratto, Tamires, Mônica e Any Borges se destacam e prometem uma nova geração tão potente quanto a anterior.

Marta cumprimenta jogadoras no banco de reserva
Marta cumprimenta jogadoras no banco de reserva de jogo contra Jamaica Elsa - FIFA/FIFA/Getty Images

“Estamos vendo seleções que tomavam de 7, 8, 10 e jogando de igual para com os grandes. Isso mostra que o futebol feminino dá lucro, dá prazer de assistir”, completou Marta.

Ao deixar o campo, emocionada, ela trocou algumas palavras com a capitã da Jamaica, Khadija ‘Bunny’ Shaw, cumprimentou todas as jogadoras reservas do adversário e ainda se despediu de toda a torcida brasileira, muito emocionada.

A jogadora que tirou o trono de Pelé

A marcante carreira de Marta, uma das responsáveis por elevar o nível do futebol feminino no Brasil, é significativa não só emocionalmente, mas em números. Ela é a maior artilheira como a camisa da Seleção Brasileira, batendo ninguém menos do que Pelé.

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São 98 gols dela ante 95 gols de Edson Arantes do Nascimento. Marta é também a única atleta do futebol a vencer o prêmio de Melhor Jogadora do Ano por seis anos consecutivos (2006, 2007, 2008, 2009, 2010). Sim, Lionel Messi também já ficou para trás.

Embaixadora da Organização das Nações Unidas (ONU) desde 2010, Marta deu o primeiro drible, como boa parte das atletas brasileiras, na fome e nas condições precárias para se desenvolver como atleta e ser humano.

Mas foi aos 18 anos, Marta Vieira da Silva saiu do anonimato para liderar a equipe brasileira que garantiu a medalha de prata em Atenas, a primeira da História do nosso futebol feminino. Quatro anos mais tarde, em Pequim, na China, a alagoana de Dois Riachos já era a maior jogadora do planeta.

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Duas décadas e seis Copas do Mundo depois, temos a maior de todas. E muitas outras ‘Martas’ virão. Em 2019, em declaração final após eliminação naquele momento, ela foi categórica ao pressionar marcas e a própria CBF (Confederação Brasileira de Futebol). O Brasil foi eliminado pela seleção da França; o time venceu novamente a seleção agora em 2023.

“Não vai ter uma Formiga para sempre, uma Marta, uma Cristiane. O futebol feminino depende de vocês para sobreviver. Pensem nisso, valorizem mais. Chorem no começo para sorrir no fim”, disse emocionada.

A declaração foi lembrada por Ary Borges, que brilhou na copa desse ano em entrevista para os canais de transmissão da Fifa, em coletiva de imprensa.

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“Acho que todo mundo poderia entender de dois modos [a história do futebol feminino]. O primeiro era “nossa, estão cobrando meninas que ainda nem estão lá, jogando responsabilidade”. E tinha outra forma que é “opa, eu quero ser a menina que vai chorar no começo para sorrir no final”. E foi a forma que eu entendi. Eu precisava me preparar para estar em uma Copa do Mundo. Eu queria viver esse momento, ainda mais com a Marta”.

E foi justamente Borges, de 23 anos, o destaque deste mundial. O Brasil estreou com direito a goleada contra o Panamá. Ary colocou a bola na rede aos 19 minutos de jogo. Depois, outro aos 39 minutos e, logo depois, o terceiro que saiu de cabeça.

“Nem nos meus melhores sonhos eu poderia imaginar uma estreia desse jeito”, disse, emocionada, em um post nos stories do Instagram logo após a partida. Ela também aproveitou para fazer um agradecimento pra lá de especial.

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“Hoje eu queria externar uma mensagem que eu mandei para as pessoas mais importantes que eu tenho na minha vida [seus pais] e que foram as que fizeram de tudo para que eu pudesse realizar esse sonho hoje”, compartilhou ao colar um print da mensagem que recebeu dos seus pais após o jogo. “Acreditem nos sonhos de vocês, que é possível realizá-los e é muito melhor do que vocês imaginam”, finalizou.

Bora nessa? 🙂

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