ste domingo (21) foi, no mínimo, agitado quando o assunto foi as eleições norte-americanas, leitor e leitora de CAPRICHO. Isso porque o anúncio da desistência de Joe Biden à corrida pela reeleição e seu endosso à uma eventual candidatura de Kamala Harris, sua vice-presidente, mexeu muito com a disputa eleitoral; a partir de agora, o Partido Democrata vai precisar tomar uma decisão difícil a respeito da candidatura.
Mas se depender de Harris não será tão difícil assim. Momentos após Biden divulgar a carta de desistência e citar seu nome, ela escreveu nas redes sociais agradecendo o apoio do atual presidente e disse que está preparada para unir o Partido Democrata e, eventualmente, derrotar Donald Trump nas urnas em outubro deste ano.
“Em nome do povo americano, agradeço a Joe Biden por sua liderança extraordinária como Presidente dos Estados Unidos e por suas décadas de serviço ao nosso país”, afirmou. “Estou honrada por ter o apoio do presidente e minha intenção é merecer e ganhar esta nomeação. Farei tudo ao meu alcance para unir o Partido Democrata — e unir nossa nação — para derrotar Donald Trump e sua extrema agenda Projeto 2025”, completou.
Em seguida, Harris pediu doações para sua candidatura. Ou seja, se colocou abertamente disponível ao Partido para se colocar como candidata à Presidência.
Estou honrada por ter o apoio do presidente e minha intenção é merecer e ganhar esta nomeação. Farei tudo ao meu alcance para unir o Partido Democrata — e unir nossa nação — para derrotar Donald Trump
Kamala Harris, em comunicado nas redes sociais
Mas, atenção: o nome de Harris ainda não foi confirmado oficialmente para assumir a candidatura democrata, ok? É importante frisar esta questão, porque, com o endosso de Biden e diversos nomes do partido, como Nancy Pelosi, Bill Clinton e até Barack Obama, manifestando apoio a ela, esta informação pode ficar um pouco confusa.
A vice-presidente pode enfrentar concorrência de outros nomes fortes no partido como: os governadores Gavin Newsom (Califórnia), J.B. Pritzker (Illinois), Josh Shapiro (Pensilvânia) e Gretchen Whitmer (Michigan), além do secretário de Transportes, Pete Buttigieg.
Após toda a repercussão, o jornal norte-americano The New York Times, um dos mais importantes do país, afirmou que Biden fez uma “escolha vigorosa em abandonar a corrida para a Casa Branca, e que os democratas agora devem aproveitar a oportunidade para mostrar aos eleitores que são diferentes dos republicanos”.
Esta afirmação foi publicada em um editorial, que é um texto de opinião que representa as visões do jornal enquanto instituição (às vezes aqui na CAPRICHO a gente também publica textos editoriais sobre determinados temas importantes para nossos leitores, por exemplo).
Lá nos EUA, é comum que os jornais apoiem abertamente um candidato a presidente por meio de um editorial, como fez o New York Times quando declarou apoio à candidatura de Biden em 2020.
E, em meio à repercussão, Donald Trump – oficializado como candidato do Partido Republicano nesta semana – se manifestou. Ele afirmou que crê ser mais fácil de derrotar Harris na disputa do que Joe Biden. O comentário do candidato republicano foi feito à rede de televisão “CNN” logo após o anúncio da desistência de Biden.
E olha só como o cenário é conturbado: a desistência da reeleição também acontece uma semana após a tentativa de assassinato contra Trump e logo após a convenção do Partido Republicano que oficializou o ex-presidente como candidato.
Isso fez com que a base de Trump ficasse ainda mais organizada, enquanto Biden precisou interromper sua campanha não só devido às crises diplomáticas com o Partido Democrata e, também, com o eleitorado; mas também após um diagnóstico de Covid-19.
O anúncio de hoje antecipa o fim de sua carreira política, com mais de 50 anos de história. Biden, além de ter sido o vice-presidente nos anos do governo Obama, tem uma história longa na política. Aos 29 anos, ele foi um dos mais jovens senadores eleitos na história dos EUA e, aos 77, o presidente mais velho a tomar posse.