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Lula faz caminhada histórica pela democracia e afirma: “Golpe não vai ter”

Veja os destaques da reunião que ocorreu nesta segunda-feira (09) entre o presidente da República, governadores e Rosa Weber, presidente do STF

Por Isabella Otto Atualizado em 10 jan 2023, 11h57 - Publicado em 10 jan 2023, 11h55
Lula organiza caminhada histórica pela democracia
Arthur Menescal/Bloomberg/Getty Images

Uma caminhada história pela democracia aconteceu na noite desta segunda-feira (09), em Brasília. Após reunião, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e os governadores/representantes das 27 unidades federativas do Brasil desceram a rampa do Planalto e se deslocaram à pé para a sede do Supremo Tribunal Federal, destruída pelos terroristas apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) um dia antes. Rosa Weber, presidente do STF, também esteve presente.

O ato simbólico de união e luta foi proposto pelo próprio presidente da República, que fez questão de reafirmar seu compromisso com o Estado Democrático de direito e dizer que muito do que aconteceu no último domingo (08) foi responsabilidade do próprio ex-presidente, que deixou os seus eleitores ao léu, viajando um dia antes da posse para os EUA, e semeando a política do negacionismo durante todo o seu governo. “Eles não têm pauta para reinvidicar”, falou Lula sobre os bolsonaristas que participaram da invasão ao Congresso, Planalto e STF – assim como dos acampamentos que pediam um golpe de Estado. “Democracia exige respeito às instituições”, afirmou.

“O que eles querem é golpe, e golpe não vai ter”

Durante a reunião, quer durou cerca de 1h30, Lula deu voz de fala aos governadores e representantes dos estados brasileiros, que se manifestaram sobre o ocorrido. Tarcísio de Freitas (Repiblicanos), governador de São Paulo, foi um dos primeiros a se pronuciar: “Essa reunião de hoje significa que a democracia brasileira vai se tornar ainda mais forte”.

O presidente da República reforçou que o encontro era para prestar solidariedade ao país e ao regime democrático, e que estava pronto para colocar ordem na casa. “O que eles querem é golpe, e golpe não vai ter”, garantiu.

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Lula faz reunião com governadores
Arthur Menescal/Bloomberg/Getty Images

Lula ainda aproveitou a ocasião para dizer que as investigações para descobrir quem financiou os acampamentos está a todo vapor e que os financiadores serão descobertos. O ex-metalúrgico deixou claro que de acampamento entende bem [referindo-se aos tempos de sindicância] e que nenhuma organização do tipo dura tanto tempo sem apoio financeiro que vem do alto.

A negligência por parte das autoridades

Além de responsabilizar por antemão Bolsonaro e os financiadores dos acampamentos golpistas pela invasão à Praça dos Três Poderes, Lula culpou a falta de movimentação das autoridades, que não agiram antes para deter os manifestantes – o que culminou no ato terrorista que vimos no domingo. “A polícia de Brasília negligenciou, assim como a Inteligência do estado. Havia uma conivência explícita da polícia. Soldado do exército brasileiro conversando com invasores como se fossem aliados”, indignou-se.

Vale ressaltar que a Agência de Inteligência de Brasília divulgou que havia enviado comunicados alertando a segurança do DF sobre possíveis episódios de terrorismo que poderiam acontecer. Inclusive, uma das mensagens foi enviada no final de semana em que tudo ocorreu. Por causa disso e da negligência de alguns policiais, o governo decretou intervenção federal no DF, a fim de reestabelecer a ordem pública, e a suspensação temporária de governador do estado, Ibaneis Rocha, que está sendo investigado. A decisão do afastamento foi de Alexadre de Moraes, ministro do STF, que questionou o fato do político não ter feito nada ao receber os comunicados da Agência de Inteligência.

Quem comanda o DF por ora?

Celina Leão, vice de Ibaneis, assumiu o cargo. Durante reunião com Lula, ela defendeu o companheiro. “O governador aqui do DF é um democrata e sabe o que significa o ataque aos poderes da República(…). Mas, por infelicidade, recebeu várias informações equivocadas sobre a crise(…). E acho que no inquérito isso ficará bem claro“, assegurou.

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Apesar disso, fontes próximas dizem que um grupo político próximo a Leão tenta articular internamente um impeachment contra o Ibaneis Rocha para manter a vice no poder.

Celina é natural de Goiânia, formada em Administração e, em 2020, assumiu a secretária de Esporte do Distrito Federal. Nas eleições do último ano, apoiou Jair Bolsonaro a lamentou o resultado das urnas.

Nas redes sociais, faz questão de falar que é uma defensora e apoiadora das causas femininas – mas não feministas. Sobre a invasão às sedes dos Três Poderes, ela deu a seguinte declaração: “Democracia não é a invasão e dilapidação do patrimônio público! Inadmissível”.

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