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Parlamentares denunciam T4F por omissão em shows da Taylor Swift no Rio

Erika Hilton e Sâmia Bomfim, ambas do PSOL, entraram com pedido de investigação ao MPF e ao MP-RJ sobre conduta da empresa

Por NAIARA ALBUQUERQUE 22 nov 2023, 14h07

A empresa Time For Fun (T4F), responsável pela organização da The Eras Tour, da Taylor Swift, no Brasil, está sendo alvo de uma série de pedidos de investigação por parte de parlamentares que acreditam que a conduta da empresa nos últimos dias tenha sido “omissiva e criminosa”.

Importante recapitular, leitor(e) de CAPRICHO, que durante a primeira noite de apresentação da cantora no estádio Nilton Santos, o Engenhão, em 17 de novembro, uma fã morreu após passar mal com o forte calor que fazia na cidade. A estudante de psicologia Ana Clara Benevides, de 23 anos, teve uma parada cardiorrespiratória, e, mesmo após ter sido atendida no local, morreu. Outros mil fãs chegaram a desmaiar ou passar mal, segundo informações do corpo de bombeiros no local.

 

A deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) informou no dia 18 de novembro, um dia após a confirmação da morte de Benevides, que enviou um ofício ao Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) pedindo a responsabilização e investigação da T4F, mediante as denúncias que recebeu.

Somado a isso, a produção do evento havia proibido a entrada de água e alimentos no estádio durante a primeira noite de apresentações – e colocou tapumes no estádio, que impediram a ventilação do local e levaram o público a experenciar uma sensação térmica de 60 graus. Tudo isso foi o que moveu as parlamentares a entrarem com pedidos de investigação.

“A garantia do acesso à água, a estruturação para circulação de ar e a adaptação para a infeliz realidade de emergência climática que passamos é o mínimo. A ganância e o lucro não podem estar acima da dignidade e dos direitos. A situação ocorrida no dia de ontem é estarrecedora e não pode se repetir de forma alguma”, escreveu a parlamentar.

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Direito à agua

A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) denunciou ao Ministério Público Federal (MPF) a conduta da empresa pela proibição na entrada de água do concerto: “Vejo como criminosa a proibição que o público entrasse com ÁGUA no show da cantora Taylor Swift no Rio ontem, onde ocorreu uma morte atribuída ao calor. Por isso, estou denunciando ao Ministério Público Federal a empresa Time 4 Fun, organizadora do evento”, escreveu a parlamentar, em seu Twitter.

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Ainda no dia 18 de novembro, o ministro da Justiça, Flávio Dino, informou a decisão do governo federal de permitir a entrada de copos de água de uso pessoal, garrafas flexíveis e alimentos lacrados industrializados em shows em todo o país. Nós explicamos aqui tudo o que pode entrar em concertos e espetáculos da cantora (e de outros artistas também), a partir de agora.

Por email à reportagem, o MPF informou que um(a) procurador(a) da República fará a análise preliminar das informações relatadas e definirá os próximos passos, “o que pode significar a instauração de um inquérito, o arquivamento do caso ou outras medidas cabíveis”.

Outras investigações em curso

Além de responsável pelos shows da Taylor Swift no Brasil, a T4F também responde por investigações referentes a outros eventos e concertos. É o caso do festival Lollapalooza, em que a empresa responde por denúncias de trabalho análogo à escravidão em 2019 e em 2023.

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Neste ano, homens relataram que trabalharam além do expediente sem receber por isso, com jornadas de mais de 12 horas de duração, além de terem dormido em condições precárias. Na época, a T4F disse que encerrou o contrato que tinha com a Yellow Stripe, terceirizada e contratada pela empresa.

Taylor Swift
Taylor Swift em performance da The Eras Tour Natasha Moustache/TAS23/Getty Images for TAS Rights Management/Getty Images

Efeito Taylor nos lucros da T4F

Todas as polêmicas nos últimos anos não impediram a T4F de alcançar lucros expressivos neste ano. Com a venda dos shows da Taylor Swift no Brasil, a empresa conseguiu sair de um prejuízo de R$ 8,8 milhões no segundo trimestre de 2022 para um lucro de R$ 3,7 milhões no mesmo período deste ano, segundo o último relatório financeiro divulgado por ela.

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Quando levamos em conta o líquido líquido entre janeiro e setembro deste ano, o resultado é ainda mais expressivo: R$ 33,9 milhões contra R$ 6,4 milhões no mesmo período do ano passado.

Ou seja, deu pra ver que toda essa história ainda está bem longe do fim, né?

 

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