Se você acompanha as notícias, sabe que não está fácil para alguns estados brasileiros quando o assunto são desastres e fenômenos da natureza, de modo geral, causados pelas mudanças climáticas.
No Rio Grande do Sul, um ciclone causou destruição, deixando mortos e desabrigados nas últimas semanas. No Amazonas, a seca já causou morte de animais, barcos encalhados e até o abastecimento de comunidades.
É impossível falar sobre esse assunto e não citar o aquecimento global. A verdade é que já estamos vivendo os efeitos do aumento da temperatura no globo e, daqui para a frente, a situação tende a piorar. Longe de nós causarmos pânico e alarme, mas a verdade é que é o momento de agir.
Enquanto as grandes mudanças dependem das grandes indústrias e de políticas públicas e ações governamentais, nós podemos fazer a nossa parte pela manutenção do planeta. A começar pelo dinheiro.
Sim, vamos falar dos grandes bancos
Acredite se quiser, por mais que a indústria do petróleo e a agropecuária tenham um papel gigantesco na crise climática, os bancos são bastante responsáveis pela destruição ambiental também.
Olha só: um relatório liberado esse ano e desenvolvido pelos pesquisadores do Stand.earth Research Group, chamado “Capitalizing on Collapse”, demonstrou que oito grandes brancos brasileiros, europeus e norte-americanos colaboraram com mais de $20 bilhões de dólares em financiamentos destinados a empresas de petróleo e gás que estão destruindo a Amazônia.
Os bancos são:
- JP Morgan Chase
- Citibank
- Itaú Unibanco
- HSBC
- Santander
- Bank of America
- Bradesco
- Goldman Sachs
Vixi, tenho conta nesses bancos… e agora?
Existe uma forma de você cuidar do seu dinheiro de maneira que ele não colabore para o desmatamento da Amazônia e a crise climática. Assim como já falamos muitas vezes antes, tomar pequenos passos em direção a uma vida mais sustentável é importante, sim, e você pode começar seguindo as dicas abaixo:
1. Mude o seu dinheiro de lugar
O primeiro passo é óbvio: se você não quer colaborar com a crise climática e tem conta em um desses bancos, hora de rever onde você coloca o seu dinheiro. Pense no seguinte: manter uma conta em um desses bancos significa pagar taxas de manutenção ou de cartão de crédito que colaboram para o lucro dessas empresas e que são reinvestidos em outras empresas que, sim, estão destruindo o meio ambiente.
Se você tem medo de fazer uma troca brusca, pode pesquisar opções mais sustentáveis – o Banco do Brasil é considerado o banco mais sustentável do mundo, sabia? – abrir uma nova conta e migrar o seu dinheiro gradualmente.
2. Busque conhecimento
Se mudar a sua grana de banco não é possível no momento (contas-salário, por exemplo, precisam ser no banco determinado pela empresa), vale a pena você se informar o máximo possível sobre as instituições que esse banco financia e buscar opções para o longo prazo.
Caso você esteja no time que quer abraçar o ativismo ambiental, vale a pena procurar apoio para pressionar essas instituições a gerar mudanças significativas na sua conduta. Nos Estados Unidos, por exemplo, alunos das universidades de Harvard, Minnesota e Boston se uniram para exigir que as suas universidades parassem de financiar projetos relacionados ao uso de combustíveis fósseis (como o petróleo). Isso vai exigir organização, tempo e paciência, mas também é uma via possível.
Para quem é do time que investe, a regra do conhecimento também vale: existem fundos verdes e opções sustentáveis que podem fazer parte da sua carteira de investimentos e que fogem das garras dos bancões.
3. Aceite o que você pode e não pode mudar
Sejamos sinceros: no fim do dia, os grandes bancos têm um poder absurdo na economia mundial e dificilmente vão mudar do dia para a noite. Mas vale a gente lembrar que a ação individual pode gerar uma mudança coletiva que, a longo prazo, vai exigir mudanças dessas instituições.
Então, faça o que for possível dentro da sua realidade e aceite (por enquanto) o que está fora do seu controle. Escolher as nossas batalhas diante da crise climática é importante inclusive para manutenção da nossa saúde mental e integridade física, afinal, estamos falando de instituições bilionárias versus a sua sobrevivência. É uma balança complexa, mas muito desregulada.